Saúde mental de policiais precisa ser levada a sério, afirma especialista
16/07/2014 21:55
Dois agentes da Polícia Civil e um delegado da PF cometeram suicídio recentemente em Mato Grosso do Sul e fatos têm chamado a atenção de psicólogos
O suicídio recente de três policiais em Mato Grosso do Sul evidencia que a saúde mental dos profissionais do setor não está sendo tratada como deveria. A psicóloga Ana Paula Salém alerta que tais fatalidades poderiam ser evitadas se houvesse acompanhamento específico. Na noite do dia 26 de junho, o delegado Eduardo Jaworski Lima tirou a própria vida com um tiro no peito, no terceiro andar do prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. No dia 4 de julho, o policial civil Bruno Leandro da Silva, de 32 anos, cometeu suicídio com um tiro na cabeça, em Fátima do Sul. Três dias depois foi a vez do investigador Allan Martia, de 33 anos, ser encontrado morto, enforcado, na casa onde vivia no Conjunto Habitacional Arnaldo Estevão Figueiredo, também na Capital. Segundo Salém, vários fatores podem ter contribuído para a incidência de tais casos, entre eles se destacam o estresse e a pressão enfrentados pelos policiais no dia a dia de trabalho. “Precisamos considerar que os agentes policiais se submetem a um regime de trabalho militarizado, embora não tenham recebido um treinamento militar, prontamente percebemos que existe um problema na estrutura da própria polícia”, comentou a psicóloga. O ‘problema’ mencionado pela profissional seria justamente a falta de tratamento psicólogico. Em recentes entrevistas, membros do Sindicato Estadual dos Policiais Civis (Sinpol/MS) e do Sindicato Estadual dos Policiais Federais (Sinpef/MS), denunciaram que os governos estadual e federal negligenciam a saúde mental dos policiais. O Sinpol, especificamente, afirma que cobra do Estado acompanhamento gratuito. “Nossa luta é para que todos os policiais, principalmente aqueles que vivenciaram situações traumáticas, possam ter este benefício. Queremos que eles mantenham a saúde mental em dia para o bom desempenho da função”, disse Roberto Simião de Souza, vice-presidente da entidade. Segundo pesquisa da Universidade Nacional de Brasília (UNB) feita em 2012, a depressão e a síndrome do pânico são doenças que atingem um em cada cinco dos nove mil agentes da Polícia Federal. “A Polícia Federal sofre com o sucateamento institucional e estrutural. Os servidores não estão aguentando as atuais condições de trabalho, e por este motivo, muitos entram em depressão e acabam sendo negligenciados pelo órgão. Alguns conseguem se recuperar, outros não. [...]A PF ainda é regida por leis ditatoriais”, disse Jorge Caldas, presidente do Sinpef. O que leva uma pessoa ao suicídio? A psicóloga explica que cada pessoa têm os seus próprios motivos, muito particulares, profundos e extremamente dolorosos que a levam a ponderar desistir de viver. “Divórcio, mudanças repentinas, emprego, família, relacionamentos amorosos, etc. Não esqueçamos também as perturbações do humor, tais como: depressão, perturbação bipolar, esquizofrenia entre outras”, aponta. Salém ainda reforça que, além dos fatores internos de cada sujeito, o descuido na maneira como alguns casos são tratados também tornam o risco de suicídio maior. “É necessário investir no preparo psicológico de um profissional que lida com vários tipos de situações de estresse cotidianamente (como os policiais)”, completou. Fonte: Progresso
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