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Desafios a serem superados no debate da PEC nº 1 de 2025

Sindicato alerta para os riscos de alterações constitucionais que envolvem a PCDF e defende alternativas viáveis, como a regulamentação da LONPC.
PCDF Paridade
15/07/2025 15:30

Durante audiência pública realizada nesta segunda-feira, 14, no Senado Federal, a vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), Luana de Ávila, fez um alerta enfático sobre os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 1 de 2025. A proposta trata da ampliação da autonomia do Distrito Federal na gestão de áreas financiadas pelo Fundo Constitucional (FCDF), incluindo a organização e manutenção da Polícia Civil do DF (PCDF), competência atualmente atribuída à União.

Na ocasião, Luana representou tanto o Sinpol-DF quanto a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol). Sua fala teve como foco o cuidado institucional diante de mudanças estruturais profundas e o apelo por um debate mais técnico, maduro e participativo. “Tratar e buscar soluções para as consequências desgastantes da dupla paternidade da PCDF é fundamental. Mas é necessário cautela”, pontuou.

Luana alertou para riscos que a PEC podem causar à PCDF e ao Distrito Federal | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A vice-presidente do sindicato ponderou que a alteração da competência material da União sobre a PCDF pode abrir precedentes perigosos, tanto do ponto de vista jurídico quanto institucional. Segundo ela, mexer nesse dispositivo constitucional pode comprometer a estabilidade do modelo atual e fragilizar o vínculo que garante estrutura, financiamento e proteção à Polícia Civil do DF e ao próprio Distrito Federal.

“Ainda não há um amadurecimento suficiente e coletivo entre a categoria policial civil sobre esse tema. Uma alteração como essa pode colocar em risco o futuro da PCDF, e não podemos permitir que isso aconteça. Existem caminhos menos definitivos e igualmente eficientes para avançar”, ressaltou Luana.

Esse cuidado foi compartilhado também pela presidente do Sindepo-DF, Cláudia Alcântara, que avaliou que a proposta pode representar uma “falsa autonomia”. Ela alertou que, caso a União deixe de ser formalmente responsável pela manutenção da PCDF, pode haver perda de garantias financeiras e estruturais importantes, comprometendo a segurança pública da capital do país.

Cláudia também apontou riscos em mudar a constituição em pontos relacionados à PCDF | Edilson Rodrigues/Agência Senado

“Hoje, a União tem o dever de manter. Amanhã, com essa PEC, poderá dizer: ‘Se a responsabilidade é do DF, que o DF assuma tudo’. Não estamos pensando apenas no presente, mas no futuro, pois o Fundo Constitucional pode estar em risco. Na nossa avaliação, a proposta cria uma falsa autonomia — sem garantia constitucional de recursos, ela pode se tornar uma armadilha, e não um avanço”, frisou a presidente do Sindepo.

ALTERNATIVAS POSSÍVEIS E A IMPORTÂNCIA DA LONPC

Entre as alternativas destacadas por Luana está a implementação da Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis (LONPC), aprovada em 2023, mas ainda não aplicada no âmbito do Distrito Federal. De acordo com ela, a LONPC representa um avanço concreto e legítimo na modernização das polícias civis, inclusive no que se refere à autonomia administrativa e organizacional da Polícia Civil do DF. 

“A LONPC já traz um novo arcabouço legal que fortalece as instituições policiais civis. A regulamentação local dos pontos que não são autoaplicáveis pode resolver parte significativa das questões que hoje se tenta enfrentar por meio de uma mudança constitucional”, apontou.

Enoque defendeu que a categoria seja ouvida nas discussões de mudança no FCDF | Foto: Comunicação Sinpol-DF/David Jordan Sousa

Outro ponto enfatizado pelo presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas, é que qualquer debate que envolva a estrutura institucional da Polícia Civil do DF deve ser construído com a efetiva participação da categoria. Ele defende que as entidades representativas, Sinpol-DF e Sindepo-DF, sejam ouvidas em todas as instâncias de discussão, especialmente quando estiverem em pauta propostas que impactem a organização e a manutenção da PCDF.

“É um debate muito mais extenso e complexo. Embora o hibridismo seja desgastante em algumas situações, como nas negociações de reajuste salarial, ter ‘dois pais’ também traz benefícios que são indispensáveis para a nossa categoria. Por isso, é preciso buscar soluções por caminhos menos definitivos, para não colocarmos a instituição em risco. E a opinião da categoria é essencial”, reforçou Enoque.

PRIORIDADE SEGUE SENDO A SIMETRIA SALARIAL

Por fim, o Sinpol-DF reiterou que a pauta mais urgente da categoria é o restabelecimento da simetria salarial com a Polícia Federal (PF), uma reivindicação histórica que segue sendo discutida na mesa de negociação com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI). A expectativa é de que uma nova reunião (possivelmente a última e definitiva no âmbito do ministério) ocorra ainda neste mês de julho.

Senadores e diretoria do Sinpol-DF levantaram placas em desesa da paridade | Foto: Comunicação Sinpol-DF/David Jordan Sousa

“O nosso pleito mais urgente é a valorização dos policiais civis do DF, com o restabelecimento da simetria com os policiais federais — algo que não pode ser fragmentado nem adiado. É preciso enfrentar o debate da PEC com responsabilidade, mas sem perder de vista a prioridade do sindicato neste momento”, concluiu a vice-presidente Luana de Ávila.

Assista, na íntegra, aos discursos do presidente e da vice-presidente do Sinpol-DF, com recortes extraídos da transmissão da TV Senado:


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