Erika Kokay (PT-DF) é a quarta deputada federal para quem os policiais civis devem enviar e-mails pedindo voto contrário à Reforma da Previdência (PEC 287/16).
A mobilização é mais uma estratégia do Sinpol-DF para garantir que a proposta não seja aprovada na Câmara dos Deputados. A cada três dias, nessa primeira fase, um deputado federal que representa o DF é escolhido.
Além de Erika, a mobilização se voltou a Laerte Bessa (PR), Alberto Fraga (DEM) e Augusto Carvalho (SD-DF).
O texto para o e-mail, onde é exposto o porquê da aposentadoria policial e a importância de esse direito ser mantido, é disponibilizado pelo próprio Sinpol-DF e deve ser enviado para o endereço eletrônico: dep.erikakokay@camara.leg.br.
No campo “Assunto”, recomenda-se colocar: “Eu, [nome do policial civil], sou contra a PEC 287 e conto com o seu apoio”. As mensagens, por sua vez, poderão seguir o modelo abaixo:
Excelentíssima senhora deputada,
Enquanto policial civil e eleitor (a) do Distrito Federal, entro em contato para deixar clara a rejeição à PEC 287/16 e a preocupação quanto aos efeitos nefastos da Reforma da Previdência para a Segurança Pública.
A elevação da idade para aposentadoria dos policiais ignora o que diz a Organização Mundial de Saúde (OMS), que enquadra a atividade como “insalubre, perigosa, geradora de imenso estresse pelo período de contínuo esforço físico e da exigência intermitente da acuidade e higidez, física e mental”.
É justamente a realidade diferenciada do trabalho policial que justifica o estabelecimento de critérios previdenciários específicos à categoria – pois a atividade intrinsecamente de risco traz consequências significativamente danosas para a saúde dos trabalhadores da área.
Dados de estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública atestam essa alta periculosidade intrínseca da profissão: em 2016, 437 policiais foram mortos em todo o país em razão da função; um policial tem 2,16 vezes mais chance de morrer do que qualquer outro brasileiro.
Além disso, os policiais também sofrem um alto desgaste físico e mental em razão do trabalho. Tanto que, nos últimos anos, 94% do efetivo policial brasileiro apresentou nível alto ou médio de estresse ocupacional – 39% dos policiais apresentaram um alto nível de estresse, contudo.
Atualmente, 54% do efetivo das polícias sofre de doenças osteomusculares; 36% apresentam alguma doença mental ou comportamental; 27% enfrenta alguma doença digestiva e 16% dos policiais sofrem de alguma doença cardiovascular. Todos os anos, 13% do efetivo é afastado para tratamento de saúde.
Enxergamos a aposentadoria policial como uma forma de compensação ao exercício de uma atividade que, diariamente, coloca a nossa vida em risco e causa efeitos físicos e emocionais que nos impõe uma expectativa de vida reduzida.
Com a aprovação da PEC 287, o envelhecimento dos efetivos policiais também será inevitável – no ano 2000, 40% do efetivo de policiais tinha entre 26 e 35 anos; em 2016, 44% tinha entre 36 e 45 anos – e, com isso, o poder de proteção à sociedade das instituições de Segurança Pública será precarizado ainda mais.
Enquanto policiais civis do Distrito Federal, a preocupação com a população brasiliense é inerente ao nosso trabalho. Certos de que vossa excelência compartilha do mesmo desejo de garantir a qualidade dos serviços públicos na capital federal, e está atento (a) ao posicionamento dos eleitores, contamos com a sua oposição à Reforma da Previdência.
Vote NÃO À PEC 287/16. Eu confio no seu não!