O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) convoca a sua categoria para uma mobilização programada para esta terça, 24/10, em frente ao Palácio do Buriti. O objetivo da manifestação é pressionar o governador Ibaneis Rocha (MDB) a efetuar a contratação de 900 dos 1.950 candidatos aprovados nos concursos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizados em 2019.
A mobilização organizada pelo Sinpol-DF ocorrerá em conjunto com a comissão de aprovados, que também convocou um ato para se unir ao sindicato. A manifestação está programada para às 10h.
De acordo com informações do Sinpol-DF, o Governo do Distrito Federal (GDF) planeja convocar somente 300 novos policiais civis este ano, embora haja autorização e orçamento disponíveis para a contratação de 900 profissionais, conforme previsto no Fundo Constitucional do DF (FCDF) de 2023.
O presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas, enfatizou a importância de investir os recursos da PCDF nas contratações. “Esses são recursos destinados à contratação de novos policiais civis. Os recursos da PCDF precisam ser investidos para a corporação. Não há motivo para o GDF convocar apenas 300 quando o orçamento prevê a chamada de 900”, destacou.
A entidade sindical também alertou para o preocupante déficit de policiais civis nos quadros da PCDF, que atualmente se aproxima de 62%. Com pouco mais de 3.000 investigadores em seus seis cargos, a PCDF não conseguiu acompanhar o crescimento exponencial da população do Distrito Federal.
“Para atender às necessidades do DF, estima-se que seriam necessários cerca de 8.000 policiais civis à disposição. Diante dessa disparidade, a nossa categoria se vê sobrecarregada, trabalhando em condições desafiadoras, colocando a vida em risco para garantir a segurança dos cidadãos”, enfatizou Enoque.
CATEGORIA ADOECIDA
Além da carência de efetivo, uma pesquisa recente realizada pelo Sinpol-DF revelou que 74,4% dos entrevistados, incluindo policiais civis em atividade e aposentados, relataram ter experimentado sintomas de ansiedade e depressão.
Apesar desse elevado índice de adoecimento mental, apenas 42,7% afirmaram ter procurado tratamento psicológico ou psiquiátrico. O levantamento contou com a participação de 328 policiais civis.
Dados fornecidos pela Policlínica da PCDF revelam que anualmente mais de um terço dos policiais civis, ou seja, mais de 1.000 profissionais, buscam tratamento psicológico e/ou psiquiátrico devido a questões de adoecimento mental.
O Sinpol-DF ressalta que essas estatísticas representam apenas os que recorrem à Policlínica, e muitos buscam tratamento particular, sugerindo que o número real pode ser maior, o que torna a situação ainda mais grave.
O levantamento da Policlínica da PCDF também revela que cerca de 500 policiais civis se afastam anualmente de suas funções em licenças médicas homologadas devido ao adoecimento mental, agravando ainda mais a situação.
O presidente da entidade enfatizou que essas estatísticas “revelam uma situação extremamente alarmante e preocupante para a Segurança Pública, indicando que os policiais civis estão sofrendo com problemas de saúde em decorrência das condições de trabalho. Além disso, a desvalorização acumulada nos últimos anos também é um fator apontado na pesquisa interna do sindicato.”