Chaga, como é conhecido o aposentado, foi visitado pelos diretores do sindicato e pelo capelão da PCDF | Foto: David Jordan (estagiário)/Sinpol-DF

Da Comunicação Sinpol-DF

A tarde chuvosa de segunda, 7, deu um tom ainda mais melancólico à visita do “Sinpol em Casa” ao policial civil aposentado Leci Coutinho da Chaga, de 78 anos. Esbanjando sorrisos e simpatia, ele recebeu o grupo do Sinpolzinho em sua casa, em Águas Claras, ao lado dos filhos, para uma tarde regada a muitas histórias da trajetória dele como policial – história que começou ainda na Guarda Especial de Brasília (GEB).

Enquanto servia um lanche, “Chaga”, como sempre foi conhecido na corporação, deixou muito claro o orgulho que tem da Polícia. Sentados à mesa estavam José Carlos Saraiva, diretor de Assuntos de Aposentados e Pensionistas, Sueli de Barros, diretora-adjunta, e Paulo César Rodrigues, capelão da Policlínica da PCDF.

Todos estavam ansiosos para conhecer Seu Leci e ouviram atentamente os relatos, que vieram com muita sobriedade nos detalhes, como o número de matrícula, que estava na ponta da língua: 432. Os números e datas, aliás, estavam sempre muito claros na lembrança dele.

Nascido em Campos, no estado do Rio de Janeiro, o aposentado contou que lembra a data exata de sua chegada à Brasília: “Foi no dia 19 de dezembro de 1959. Vim a Brasília para trabalhar na residência do General Omar Soares Dutra, do Exército, para a antiga GEB”, disse.

Aposentado recebeu o grupo do Sinpolzinho na companhia dos filhos, Adriana e Leandro

UNIÃO

Leci recorda-se saudoso da união que existia entre os colegas de trabalho naquela época, pois todos se reuniam regularmente para almoços e comemorações. “Eu sinto muita falta daqueles tempos. Nós nos abraçávamos e estávamos sempre apoiando uns aos outros. Por isso, estou tão feliz com essa visita de vocês”, comemorou.

Sueli, diretora-adjunta, disse que todos estavam ansiosos pela visita ao Seu Leci

O aposentado comentou, ainda, de quando, com a inauguração da nova capital federal, as polícias foram divididas entre Civil, Federal e Militar. Ele optou pela primeira. “Minha esposa, Naira Gloria França Chaga, também era funcionária pública e escolheu continuar os serviços administrativos na Polícia Federal. Diante disso, achei melhor ir para a Civil, mas não era assim tão fácil escolher”, acrescenta.

Aposentado há 31 anos, Leci é viúvo, pai de três filhos, avô de cinco netos e, agora, também, bisavô. Ele diz que a sua família é seu bem mais precioso: “Papai do céu decidiu que o tempo da minha esposa na terra tinha acabado e eu entendi. Hoje, sou muito abençoado de ter filhos tão bons e dedicados, assim como meus netos”, afirma.

Saraiva, diretor de aposentados, estava no grupo de visita que foi até a casa do aposentado

Há algumas semanas, porém, Seu Leci deu um susto na família. Passou mal e teve que ser levado ao hospital. Ao ser perguntado sobre a causa do mal-estar, ele brinca: “O Papai do Céu queria mudar meu endereço, mas eu disse ‘não, não está na hora ainda não’! E eu fiquei vivo para poder receber essa visita e homenagem tão lindas”, declarou, emocionando a todos.

HOMENAGEM

Adriana e Leandro, filha mais velha e filho mais novo do aposentado, fizeram questão de estar ao lado do pai durante essa homenagem. Leci recebeu de Sueli uma miniatura de uma viatura da PCDF com seu nome na placa, um botton com o brasão do Sindicato e um certificado de agradecimento pelos anos de dedicação à corporação.

“Estávamos muito ansiosos por essa visita. Somos imensamente agradecidos por todos os anos de trabalho e dedicação. É um prazer estar aqui com o senhor e a sua família. Conheço a sua trajetória, da qual todos temos muito orgulho. O senhor sempre foi apoiador do nosso sindicato – é filiado desde que entrou para a polícia”, destacou Sueli.

Sem conter a felicidade, Leci pediu para tirar fotos com todos – inclusive exibindo a viatura em miniatura – e agradeceu: “Sinto-me muito honrado e acho até que não mereço uma homenagem tão linda. Nunca imaginei que receberia essa visita. Por favor, sejam sempre bem-vindos à minha casa”, frisou.

Aposentado exibe, orgulhoso, miniatura de viatura da PCDF que recebeu durante a visita do sindicato

Para celebrar a ocasião, o aposentado pediu ainda que Paulo, capelão da Policlínica, fizesse uma oração. Mas, antes, Paulo também prestou sua homenagem ao policial: “Eu agradeço, hoje, pelo privilégio de conhecê-lo e, principalmente, pela Polícia Civil que o senhor ajudou a construir. O senhor deixou um legado importante, eu tenho certeza. E também deixou o legado de ser pai – seus filhos aqui, hoje, são a prova disso”, pontuou.

Seu Leci também não hesitou em exaltar a PCDF: “A Polícia tem feito um trabalho fora de série. São profissionais muito bem preparados, que têm uma visão além da que tínhamos na minha época”, disse.

A visita foi encerrada com o pedido do aposentado sendo realizado: todos deram as mãos e oraram em sinal de agradecimento a uma tarde tão especial.

 

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