Da Comunicação Sinpol-DF
A morte de um policial civil do Rio Grande do Sul durante uma operação realizada nesta terça, 16, na cidade de Montenegro, região metropolitana de Porto Alegre, reacende o debate sobre o risco inerente à atividade policial – condição que tem sido reiteradamente desrespeitada no processo de aprovação da Reforma da Previdência.
Edler Gomes dos Santos, de 54 anos, recebeu um tiro enquanto trabalhava numa operação que ocorria em 37 municípios daquele estado com o objetivo de combater crimes rurais. De acordo com o portal G1, 84 mandados de busca e apreensão estavam sendo cumpridos.
Outro policial civil também foi baleado no rosto, mas está hospitalizado. Devido ao acontecimento trágico, a operação, que tinha previsão para durar o dia todo, foi cancelada.
Há cerca de uma semana, outro caso também pode ser tomado por exemplo de como o policial é vulnerável enquanto atua na defesa da sociedade: dois policiais rodoviários federais foram atingidos por tiros de fuzil após tentarem evitar o roubo de um caminhão na Rodovia Régis Bittencourt em Miracatu, interior de São Paulo.
Os criminosos foram abordados quando tentavam assaltar um caminhoneiro. Eles reagiram atirando com fuzis. Dois agentes ficaram feridos: um foi alvejado na perna e outro foi atingido de raspão. Os criminosos conseguiram fugir, invadiram um restaurante e fizeram reféns em Piedade, mas acabaram se rendendo.
APOSENTADORIA
Os dois episódios ilustram as estatísticas já divulgadas pela União dos Policiais do Brasil (UPB), organização que o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) integra junto a outras dezenas de entidades de classe da Segurança Pública: a taxa de mortalidade dos policiais é superior à de qualquer outro trabalhador brasileiro. Em 2016, por exemplo, a chance de um policial morrer, em serviço ou não, era 22 vezes maior do que um trabalhador comum.
A atividade de risco permanente e a dedicação exclusiva são dois aspectos intrínsecos ao trabalho dos policiais; também são fatores que decorrem no acúmulo de estresse, que desencadeia uma série de problemas de saúde física e mental.
Por essa razão, o Sinpol-DF, junto à UPB, tem lutado por uma aposentadoria justa, uma vez que ela precisa de regras que considerem a baixa expectativa de vida dos operadores da Segurança Pública e o risco diário que a profissão oferece.
As regras aprovadas pela Câmara dos Deputados para os policiais dentro PEC 06/19, contudo, não respeitaram essa condição. Ainda que, infelizmente, haja exemplos flagrantes de que não há privilégio algum em trabalhar como policial.
PESAR
Consternada, toda a diretoria do Sinpol-DF manifesta pesar pela partida do colega e se solidariedariza à família de Edler, bem como seus demais parentes, amigos e colegas de profissão.
Quando um policial morre, todos sentem a dor e a consternação pela vida que foi perdida em defesa da sociedade.