21/05/19 - Manifestação em Defesa da Aposentadoria Policial

Da Comunicação Sinpol-DF

Centenas de policiais civis do Distrito Federal se juntaram a outros milhares de operadores da Segurança Pública de todo o país e realizaram uma grande manifestação na tarde desta terça, 21, em Brasília. O tratamento dispensado à categoria na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, que instituiu a Reforma da Previdência, foi o foco do protesto.

O ato, convocado pela União dos Policiais do Brasil (UPB), ocorreu na Alameda dos Estados, em frente ao Congresso Nacional, e contou com a participação de cerca de quatro mil servidores públicos – entre policiais civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais e agentes penitenciários. Caravanas e delegações de diversos estados vieram à capital federal para o momento de luta.

Diretor do Sinpol-DF e vice-presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Alex Galvão deu início à manifestação dando as boas-vindas e agradecendo a participação massiva dos policiais de outros estados – alguns viajaram mais de 48 horas para acompanharem o ato.

“Esse movimento, com tantas entidades e diferentes operadores da Segurança Pública, mostra o quanto todos estamos preocupados e indignados com o texto apresentado pelo governo federal para Reforma da Previdência”, destacou. “Nós reivindicamos uma reforma mais justa para os trabalhadores policiais, que, apesar de tanto se doarem à sociedade, em contrapartida, não têm sido tratados de forma justa”, acrescentou Alex Galvão.

Ato foi encerrado com caminhada entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, onde houve um abraço simbólico, e o Congresso Nacional (Fotos: Arnon Gonçalves/Sinpol-DF)

LUTA

Ao longo de toda a tarde, representantes das categorias policiais e dezenas de parlamentares dividiram a palavra no carro de som. Alguns deputados federais criticaram a totalidade da Reforma, mas, de maneira geral, os discursos colocaram, sobretudo, da desigualdade entre os textos propostos para a previdência dos militares e a dos demais policiais.

Entre as entidades, o tom foi de decepção com o governo – eleito com o apoio maciço dos policiais. “Apesar de tido a Segurança Pública ao seu lado durante a eleições, nós fomos surpreendidos com o texto do Ministério da Economia tirando de nós tudo o que lutamos para conquistar durante anos, tirando, inclusive, a nossa atividade de risco”, pontuou o presidente da Cobrapol, André Luiz Gutierrez.

“Essa revolta teve que se transformar em manifestação e unidade em demonstração de força”, ressaltou o policial, lembrando que, até o momento, nas reuniões com o governo em torno do pleito, a intransigência tem imperado.

“Hoje, nós temos um governo que foi carregado pelos policiais, mas que só enxerga o policial militar, enquanto os demais são destratados e desmoralizados, pois é isso que essa reforma faz”, criticou o diretor Jurídico do Sinpol-DF, Fernando Ferreira.

Manifestação atraiu cerca de quatro mil servidores da Segurança Pública entre policiais civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais e agentes penitenciários

MANIFESTAÇÃO

“A grande parte dos operadores de Segurança Pública apoiou esse governo, mas a reforma nos atinge de uma forma muito nefasta”, colocou também o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, acrescentando que “ainda há tempo para que o governo reveja seu posicionamento em relação aos policiais de natureza civil.”

Ainda segundo ele, “é necessário que nós mostremos a nossa união, a nossa força, o nosso ímpeto e a nossa indignação com a reforma que foi nos foi proposta. A bandeira da UPB é a polícia, os operadores de Segurança Pública civis. Não representamos direita ou esquerda, nem partidos. Somos apenas policiais, em defesa de uma aposentadoria mais justa. Nós fazemos a defesa da sociedade todos os dias, mas também estamos unidos na defesa dos nossos direitos”, finalizou Gaúcho.

Além da concentração na Alameda dos Estados, de forma pacífica e ordeira, os policiais também seguiram em manifestação até o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lá, eles cercaram todo o prédio em um abraço simbólico, cantaram o Hino Nacional e gritaram palavras de ordem.

No palanque, o deputado federal Sanderson (PSL-RS) afirmou que tem trabalhado para que haja uma tratamento isonômico entre as forças de Segurança Pública e, segundo ele, os líderes do governo já sabem dessa necessidade.

A UPB continuará trabalhando na articulação política junto aos parlamentares que atuam na Comissão Especial, a fim de que as emendas propostas pela entidade sejam acatadas no relatório do relator, o deputado Marcelo Freitas (PSL-MG).

 

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