Da Comunicação Sinpol-DF
Em mais uma atividade do “Sinpol em Casa”, o sindicato realizou nesta quinta, 2, uma visita ao agente de polícia aposentado Francisco Alves Xavier, 72. Ex-colegas e familiares, além dos representantes da diretoria, compareceram ao encontro, que foi uma verdadeira viagem aos tempos iniciais da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
No quadro da instituição desde maio de 1963, quando ainda era a Guarda Especial de Brasília (GEB), Xavier foi escolhido para a visita justamente pela longa história de dedicação à Segurança Pública da capital do país. Diversos casos emblemáticos e grandes momentos da Polícia Civil foram compartilhados ao longo da tarde – reavivando o sentimento de orgulho entre todos os presentes.
Um dos relatos trazidos por Xavier foi o processo de mudança para prédio onde, até hoje, funciona a 12ª Delegacia de Polícia (DP), em Taguatinga Centro. Segundo o agente aposentado, no fim de 1978, com o local já pronto há meses, o governador continuava sem inaugurá-lo. Cansados da espera, os policiais lotados na unidade decidiram, por conta própria, abrir a nova sede.
“Nós estávamos trabalhando quase sem espaço e nada de inaugurar o prédio que tinha sido construído justamente para resolver esse problema. Até que decidimos tomar posse e levamos tudo para a delegacia nova”, conta Xavier. “Nós éramos uns trinta policiais e fomos carregando móveis, máquinas de escrever e todos os materiais nas mãos mesmo. Nós fizemos a mudança para lá e, desde então, a delegacia continua aberta”, revela.
EXEMPLO
Segundo ele, graças à forte união entre os policiais e o apoio, inclusive, do delegado-chefe, a ação não gerou qualquer represália. “Foi um ato em que todos estavam juntos”, pontua Xavier, ressaltando que, “além disso, os policiais civis eram extremamente respeitados por toda a sociedade e também pelos governantes”.
Foi esse paradigma, inclusive, que deu o tom da conversa. “A admiração geral em relação aos policiais civis foi o que levou muito de nós a seguir o mesmo caminho”, pontuou o diretor de Assuntos de Aposentados e Pensionistas do Sinpol-DF, José Carlos Saraiva. “Eles são verdadeiros exemplos do trabalho policial feito na raça. São o berço da nossa instituição e, por isso, merecem toda valorização”, acrescentou.
Diretora-adjunta da mesma pasta, Sueli de Barros destacou, logo no início da visita, que o projeto “Sinpol em Casa” existe para “reconhecer aqueles que muito fizeram pela Polícia Civil”. “Representando o sindicato e os policiais civis do Distrito Federal, já que somos todos frutos do trabalho de pessoas como o senhor, nós te agradecemos por todos os anos de dedicação e de entrega para a sociedade de Brasília”, completou – entregando ao aposentado um broche e um certificado do Sinpol-DF, além de uma réplica em miniatura de uma viatura da PCDF.
Tão longo é o histórico do sr. Francisco Xavier na polícia, que ele, inclusive, estava na instituição no período em que houve a separação entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. Para não correr o risco de ter que mudar para outro estado, Xavier preferiu permanecer na Civil – onde trabalhou por 30 anos. Ao todo, 25 foram apenas na 12ª DP. Até hoje, ele guarda uma pequena placa entregue pelos colegas da unidade na ocasião da aposentadoria. “Dedicação, trabalho e amizade são as marcas que ficam do colega e amigo Francisco Alves Xavier”, diz a homenagem recebida em março de 1992.
ORGULHO
“Ele sempre trabalhou com muito zelo e com um enorme cuidado com o próximo, por isso, era muito querido pelos colegas e pelas pessoas em geral, que ele tanto ajudava”, afirma a esposa do policial, Maria Vilani Xavier. Duas das quatro filhas do casal também estavam presentes no encontro de quinta e, assim como os demais, destacaram o orgulho em relação ao pai.
“Nós estamos muito emocionadas, pois ele sempre foi um motivo de orgulho para a família”, assegura Gleiciene – a filha mais nova. Já a primogênita, Rosângela, “desde muito novas nós amávamos ter um pai policial e é um respeito que só cresceu”. “Agora, ele está muito feliz, assim como todos nós, em ver esse reconhecimento dos demais colegas policiais”, ressaltou.
“Não tem como não admirar, não respeitar e não se orgulhar, pois, se hoje é difícil ser policial, imagina naquela época”, atesta a agente de polícia Patrícia Azeredo. Atualmente lotada na Capelania da Policlínica da PCDF (serviço recém-implantado, já divulgado pelo sindicato; confira aqui), ela representou a instituição durante a visita, que contou, ainda, com a presença dos aposentados Eduardo Xavier e Alvino Oliveira. “A nossa história ainda está viva e nós temos obrigação de tratá-la com cuidado e com carinho. Por isso estamos aqui”, destacou a policial da Capelania.