Da Comunicação Sinpol-DF
Policial civil há quase 20 anos e sindicalizada por igual período, a agente policial de custódia Giulieny Matos é também escritora desde 2011. Sua mais recente obra, o livro infantil “Doutor Akazo”, será lançado no dia 25 de maio, às 09h40, na Biblioteca Central da Universidade Católica de Brasília (UCB), em Taguatinga.
Durante o evento, além dos tradicionais autógrafos, haverá contação de histórias para crianças, tanto em formato oral quanto em linguagem de sinais – ação realizada pela Associação Viva e Deixe Viver, que atua com crianças e adolescentes em internação hospitalar.
Na ocasião, o livro será vendido a R$ 20,00 e, assim como outras obras literárias de Giulieny, tem versões em português e em inglês.
”MÉDICO MALUQUINHO”
Para escrever “Doutor Akazo”, Giulieny conta que buscou inspiração em diversas fontes, a começar por uma história de infância do marido, que, quando criança, tinha o hábito de enganar a irmã caçula, fingindo arrancar seu nariz e jogá-lo no quintal. Quando a mãe retornava do trabalho, “colocava” o nariz da filha no lugar.
Assim como naquela história, o doutor do livro é um médico inusitado: em vez de consultório, tem um laboratório de conserto de crianças e usa ferramentas nada comuns para fazer isso. “É uma consulta muito “maluquinha” ao pediatra”, explica a escritora, que também buscou referências no pediatra dos filhos para compor o personagem. “A caricatura do médico ficou parecida com ele, que adorou a homenagem”, diz.
Outra grande influência de Giulieny na escrita do livro foi o trabalho de grupos como o Viva e Deixe Viver e a Classe Hospitalar do DF, que assiste e educa crianças e adolescentes em internação. Ela explica como esse tipo de trabalho é importante e contribui para a recuperação das crianças. “Já se sabe que propor atividades lúdicas durante a internação melhora a qualidade de vida e até quadro geral de saúde das crianças”, completa.
DUAS VEZES PROFISSIONAL
Formada em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB), a escritora conta que gosta de quebrar o estigma de ser policial e ter uma segunda carreira na literatura, pois percebe a surpresa das pessoas quando se declara autora de livros infantis. “Quando descobrem isso as pessoas ficam espantadas. É como se as coisas não se encaixassem para elas”, afirma.
Antes de “Doutor Akazo”, a policial civil já havia lançado as obras “A Menina Derretida”, “A Menina Tagarela” (eleito como melhor livro da Bienal do Livro de Brasília em 2014), “O Cardápio Maluco”, “A Família dos Carneirinhos Coloridos” e, mais recentemente, “Cadê Minha Mãe”, livro infantil baseado nas experiências de Giulieny com as detentas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal.
Mãe de dois adolescentes de 14 e 15 anos, a policial conta que sempre gostou de escrever, mas foi estimulada pela maternidade a mergulhar de vez na carreira literária. Hoje, além de uma produção intensa – Giulieny está finalizando um novo livro para lançamento na Feira do Livro de Brasília, em junho -, a agente policial mantém um blog, no qual fala sobre suas obras e temas relacionados à leitura e literatura infantil.
Sempre convidada a participar de palestras e eventos, Giulieny coleciona uma extensa lista de entrevistas, sempre para falar de sua carreira literária, pela qual recebeu diversas homenagens em escolas infantis. Apesar das dificuldades, ela pretende conciliar as carreiras até quando tiver saúde. “Escrever passou de um hobby para profissão. Amo tanto quanto adoro ser agente policial de custódia”, finaliza.