Da Comunicação Sinpol-DF
O Sinpol-DF acompanhou ao longo desta terça, 12, o 1º Simpósio “Reforma da Previdência – A Reforma que Defendemos”. Promovido pelo Gabinete Integrado dos Profissionais de Segurança Pública e Ministério Público, o momento de debate contou com a participação de representes nacionais de diversas categorias contrárias à proposta do governo federal.
O deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT-MG) esteve à frente do evento, que além de promover a discussão técnica acerca da realidade previdenciária do Brasil, serviu como uma primeira movimentação unificada dos profissionais de Segurança Pública de todo país para pressionar o governo contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19.
Durante o simpósio, foram apresentadas críticas à Reforma da Previdência como um todo, a exemplo do argumento de que o déficit nessas contas seria uma falácia. Alguns palestrantes apontaram a reforma como um pauta do mercado financeiro, a fim de promover o estímulo ao modelo de capitalização individual. Outros pontuaram que ela é necessária, mas precisa ser realizada de maneira justa.
O entendimento geral, no entanto, é que a proposta é extremamente prejudicial aos profissionais de Segurança Pública e ainda mais injusta do que o texto proposto pelo governo Temer através da PEC 287/2016. Na prática, desconsidera direitos constitucionais como a atividade de risco, integralidade e paridade e a idade mínima diferenciada para as mulheres.
UNIÃO
Segundo Alex Galvão, diretor do Sinpol-DF que representou a entidade no evento, “o simpósio foi bastante proveitoso porque possibilitou a ampla discussão de alternativas para minorar os prejuízos que os profissionais de Segurança Pública estão sujeitos a sofrer em razão da reforma”.
“Esse é o momento deixarmos quaisquer diferenças de lado e lutarmos pelo nosso futuro e da nossa família”, ressalta o policial, que também é vice-presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol).
Marcele Alcântara, diretora do Sinpol-DF e da Cobrapol, também acompanhou o evento.
Entre os palestrantes do simpósio, o presidente da confederação, André Gutierrez, pontuou que, diferentemente do que ocorria com a PEC 287, a proposta atual coloca todos os trabalhadores da Segurança Pública no “mesmo barco”, o que oportuniza uma união maior das categorias, sejam civis, militares, federais ou estaduais.
“Nós temos que nos unir, mas não só isso, temos que reagir. No governo passado, por exemplo, nós reagimos de forma mais intensa e conseguimos melhorar o que nos foi proposto”, recordou Gutierrez. “Não podemos ficar de braços cruzados, porque, atualmente, há um discursos de que nós temos privilégios, quando, na verdade, a única diferença é risco maior de morte”, destacou.
ATIVIDADE DE RISCO
O risco inerente à atividade policial foi outro ponto de convergência entre os participantes do evento realizado na Câmara dos Deputados. Diversos palestrantes apresentaram números que apontam os policiais brasileiros como os que mais morrem no mundo – mesmo em comparação a países em guerra civil.
Na ocasião, também foi exposta uma apresentação da União dos Policiais do Brasil (UPB) com dados que atestam como a saúde física e mental dos operadores da Segurança Pública é significativamente prejudicada pela atividade. Confira aqui.
“Diversos governos fizeram reforma da previdência, sempre retirando direitos dos trabalhadores. Isso é um consenso”, afirmou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Deolindo Carniel.
“O que nós esperávamos, após o clamor da sociedade por uma valorização da Segurança Pública, era que diversos problemas que os operadores enfrentam fossem solucionados, mas ainda não veio nada nesse sentido e sim uma reforma ainda mais devastadora”.
“O governo atual teve o apoio notório das forças policiais, por trazer uma esperança de política diferente, mas está repetindo erros sequenciais de governos anteriores”, criticou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luis Antônio Boudens. “O brasileiro, nos últimos anos, tem colocado a Segurança Pública como prioridade, então como um governo que é eleito com o apoio dessa base, agora se volta contra ela?”, questionou.