Da Diretoria Sinpol-DF
Na madrugada desta segunda-feira, 22, a seis dias do 2º turno das eleições ao GDF, ocorreu mais uma explosão de caixa eletrônico no Distrito Federal, no shopping Pier 21, a menos de 5 quilômetros dos Palácios do Jaburu, Alvorada e Planalto. O crime é mais um símbolo das políticas de Segurança Pública equivocadas do atual governo. A exemplo de outros grandes centros, o crime organizado começa a se instalar na Capital.
Pelo menos cinco homens fortemente armados renderam os vigilantes do shopping Pier 21 e explodiram os caixas eletrônicos do estabelecimento comercial entre a noite de domingo e segunda, 22. Após levarem uma quantidade dinheiro, ainda não divulgada, os bandidos trocaram tiros com a Polícia Militar durante a fuga. Apesar de a viatura ter sido atingida pelos disparos, nenhum policial se feriu. Os criminosos conseguiram fugir.
Os assaltos a caixa eletrônico são crimes bem planejados e que demandam uma grande estrutura logística. Cada criminoso envolvido na operação tem um papel especializado. Há aqueles incumbidos de realizar o levantamento prévio do local e organizar as rotas de fuga, há aqueles que irão render os vigias e amarrá-los, há aqueles que irão instalar os explosivos e pegar o dinheiro, há os que farão a vigilância e segurança da operação com forte armamento, há os que irão dirigir os veículos na fuga, etc.
Além de alto poder de fogo, com boas armas e munições, o grupo criminoso irá contar com equipamentos para a explosão e arrombamento e veículos, normalmente roubados, que serão utilizados na fuga. Portanto, tal modalidade criminosa é característico de organizações criminosas, bem estruturadas e com cadeias de comando e hierarquia.
O roubo aconteceu em um shopping center que fica a algumas centenas de metros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pelas eleições gerais no Brasil e a menos de cinco quilômetros da Praça dos Três Poderes. O Distrito Federal receberá este ano R$13,6 bilhões para garantir a Segurança Pública da Capital e auxiliar nas despesas financeiras da Saúde e Educação. Nenhuma outra unidade da federação recebe tamanha ajuda da União.
Apesar de toda essa bilionária ajuda, o Governo do Distrito Federal não tem sido competente para organizar a prestação de serviços públicos à população. Durante a campanha eleitoral, Rodrigo Rollemberg (PSB) afirma que um maior investimento nos servidores públicos – proposta de seu concorrente Ibaneis Rocha (MDB) – irá trazer o “caos do Rio de Janeiro para Brasília” ou “Brasília vai quebrar e virar o Rio de Janeiro”.
Sem querer dar um tom pejorativo à Cidade Maravilhosa, vamos analisar o que tem acontecido com a Capital Federal. Os estupros, feminicídios, roubos diversos, furtos diversos e explosões de caixa eletrônico subiram enormemente. A sensação de insegurança e de medo está incrustado na população brasiliense.
Os hospitais estão abarrotados de pessoas doentes que não conseguem atendimento, tampouco medicamentos. Pessoas morrem mesmo com medidas judicias liminares, pois o governo não os aloca nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Quanto às escolas, o Tribunal de Contas de Distrito Federal (TCDF) lançou relatório informando que 90% delas precisam de reformas. Famílias não conseguem vagas em creches para seus filhos e outras, porque nas suas cidades não há colégio público, precisam mandá-los estudar a quilômetros de suas residências. O transporte não funciona, a rede pluvial também não.
Por outro lado, a exemplo do Rio de Janeiro, casos de corrupção na administração pública do GDF foram noticiados várias vezes nos últimos meses. Sendo assim, não é de se perguntar se, ao contrário do que diz o atual governador, que demoniza os servidores públicos, não seria ele o responsável por trazer as mazelas do Rio de Janeiro para o Distrito Federal?
Agora imagine-se que, se o atual Governo conseguiu desorganizar completamente a cidade, o que faria com mais 4 anos? Cremos que só faltaria trazer os combates com fuzis para as cidades, dentro de hospitais e nas portas de escolas?