Rodrigo Franco*
Mais um crime grave aconteceu na madrugada desta segunda feira, 1º de outubro, a seis dias das eleições gerais, em pleno coração da capital federal e a menos de dois quilômetros dos Palácios Alvorada e Jaburu, áreas de segurança máxima. Explosivos foram encontrados em caixa eletrônico na Vila Planalto e o esquadrão anti-bomba precisou ser acionado para fazer a varredura do local.
O fato explica a falência que chegou o sistema de segurança pública de Brasília nas mãos do governo Rodrigo Rollemberg, apesar dos mais de R$ 13,6 bilhões enviados pelo governo federal ao Distrito Federal.
O constituinte de 1988 determinou que a segurança pública da Capital da República é de responsabilidade da União, que a organiza e mantém. Para isso, foi criado em 2002, o Fundo Constitucional do Distrito Federal, o qual serve para manter as polícias e o corpo de bombeiros e prestar assistência à saúde e educação.
Ocorre que, apesar do FCDF vir crescendo ano a ano, os investimentos em segurança pública, em especial na polícia civil do DF, vêm caindo. Em 2003 o FCDF foi R$ 2,9 bilhões e a participação da PCDF no Fundo já chegou a 19%, época em que as delegacias estavam todas abertas e os índices de resolução de homicídios já bateram 81%, em média, e 100% em algumas delegacias.
Em 2018 o Fundo constitucional será no valor de R$13,7 bilhões e a a participação da PCDF caiu para menos de 15%.
Ao deixar de investir na Polícia Investigativa, o governo apresenta consequências diretas para a população como fechamento de delegacias, em razão da falta de efetivo. Isso resulta em diminuição de investigações de crimes complexos, como os de homicídios, estupros, roubos, corrupção, entre outros.
Em 2018, com o fechamento de 16 delegacias, a resolução de crimes de homicídio reduziu para cerca de 42%. Isso quer dizer que mais homicidas estão impunes, circulando pelas ruas, com a possibilidade de cometer mais crimes.
Isso acontece também com os estupradores, ladrões, corruptos e membros de quadrilhas que tentaram levar o dinheiro do caixa eletrônico na Vila Planalto. Dessa vez não conseguiram. Como também não conseguiram quando explodiram os caixas do palácio do Buriti.
Provavelmente, após mais estas explosões, os planejamentos de seguranças internas dos Palácios do Jaburu, do Alvorada, do Planalto e do Congresso Nacional estejam sendo revistos. Do jeito que estão desmontando a estrutura da polícia civil da capital tudo é possível, inclusive bombas a dois quilômetros do centro do poder.
* Rodrigo Franco é agente de polícia especialista em Polícia Judicial e presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal
Assessoria de Imprensa Sinpol-DF – Coletivo Conversa
Bruno Aguiar
(61) 9 8195.9402
bruno@coletivoconversa.com.br