Da Comunicação Sinpol-DF
A noite da última segunda, 7, foi de celebração para dezenas de agentes policiais de custódia homenageados em sessão solene realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Foi o momento de reconhecer publicamente a importância do trabalho realizado por esses servidores e a dedicação sempre demonstrada à segurança da população brasiliense.
O evento foi promovido pelo Sinpol-DF, em parceria com o deputado distrital Claudio Abrantes (PDT), em alusão ao Dia do Agente Policial de Custódia, comemorado em 28 de julho. A solenidade fez tributo a cerca de 50 profissionais – tanto da ativa quanto aposentados e em memória.
Selecionados pelo histórico profissional de destaque, os nomes foram indicados pela própria categoria ou pelo gabinete do parlamentar. Além de um certificado oferecido pelo sindicato, cada um também recebeu uma menção honrosa da Câmara Legislativa.
“Poder, em parceria com o nosso sindicato, oferecer uma homenagem aos policiais civis do Distrito Federal, em especial os agentes policiais de custódia, é mais um momento de honra da minha carreira política”, afirmou Abrantes ao iniciar a solenidade.
POLÍCIA CIVIL
O deputado lembrou que a Polícia Civil do DF (PCDF) tem enfrentado um dos piores momentos de sua história, mas ressaltou que “os homens e mulheres de fibra são talhados nos momentos de mais dificuldades” e que tempos melhores virão para a Segurança Pública da capital do país.
“Nós temos uma Polícia Civil extremamente capacidade, qualificada e honesta, mas recebemos do governo um tratamento extremamente negativo e desrespeitoso, que certamente será encerrado este ano, com o fim dessa gestão desastrosa”, pontuou o deputado.
Na oportunidade, Claudio Abrantes, que também é pré-candidato à reeleição enquanto distrital, aproveitou para anunciar que foi oficialmente liberado pelo partido, o PDT, a não apoiar o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) nas próximas eleições. “Vou apoiar sim a minha instituição, ficando livre para me articular sem vinculação ao nome dele”, anunciou.
VITÓRIA
Representando a categoria, a agente policial de custódia e diretora de Assuntos Sindicais do Sinpol-DF, Marcele Alcântara, destacou a solenidade também como uma momento de celebração pela recente vitória judicial.
No último mês de julho, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou, em 2ª instância, que servidores do cargo que estão lotados no sistema penitenciário voltem a PCDF – sua instituição de origem.
Marcele recordou o quanto essa luta foi extensa e desgastante para todos, sobretudo em razão das idas e vindas a que os profissionais foram submetidos ao longo dos últimos anos. “A vida das pessoas foi bastante tumultuada por conta de tanta instabilidade e tantos dissabores”, admitiu. “Mas nós trabalhamos da maneira mais séria possível e não perdemos a esperança de que a vitória era certa, afinal sabíamos que lutávamos por uma causa legal e, acima de tudo, justa”, assegurou a diretora.
Também agente policial de custódia, o tesoureiro-adjunto do Sinpol-DF, Marcelo Ferreira representou o presidente da entidade, Rodrigo Franco “Gaúcho”, no evento.
Segundo ele, a vitória na Justiça e própria sessão solene “vêm reconhecer o trabalho de excelência que cada dos senhores e das senhoras desempenha dentro da Segurança Pública do Distrito Federal”, disse aos homenageados.
“O nosso ciclo de Sistema Penitenciário está se findando”, observou Marcelo. “Essa decisão sedimenta a lotação dos agentes policiais de custódia e, agora, nós devemos pensar no ciclo da Polícia Civil, onde cada um vai desempenhar, na sua verdadeira casa, o trabalho, que, independentemente do local, sempre foi bem feito, sempre foi de excelência”, proclamou.
AÇÃO
“A Cobrapol participou, junto com o Sinpol-DF, dessa luta, que foi muito boa e trouxe um ótimo resultado”, lembrou André Gutierrez, presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis. Por meio da entidade de representação nacional, o sindicato protocolou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), provocando uma série de pareceres positivos, que posteriormente contribuíram para a decisão do TJDFT.
“Vocês, agentes policiais de custódia, atuam com o produto do trabalho da Polícia Civil, que é o pior que nós temos do ser humano”, pontuou André Gutierrez. “Lidar com isso não é fácil, é preciso ter estômago, e nós temos que valorizar e reconhecer. Não só pelo sacerdócio do trabalho, mas também pelo orgulho de serem, sim, policiais civis”, ressaltou Gutierrez.
Na mesma linha, seguiu o discurso do presidente da Associação dos Agentes Policiais de Custódia do DF (AAPC), Carlos Lima. Ele criticou, no entanto, o fato de o diretor-geral da PCDF não ter participado nem enviado qualquer representante da instituição. “Isso mostra que eles reconhecem o quanto essa categoria foi prejudicada. É muito constrangedor que não estejam presentes, mas é apenas mais uma demonstração do quanto são omissos”, analisou.
RECONHECIMENTO
A própria sessão solene – e uma série de homenagens semelhantes promovidas nos últimos anos – é uma iniciativa do sindicato de contrapeso à omissão da PCDF quanto ao reconhecimento dos servidores. Para Marcelo Tini, um dos agentes policiais de custódia homenageados, esse tipo de valorização é fundamental para quaisquer tipos de profissionais.
“Essas demonstrações públicas são essenciais para mostrar respeito ao trabalho desenvolvido, mas também como forma de estimular os servidores e, felizmente, nós temos o sindicato com essa preocupação”, reconheceu Tini. “Foi muito bom de ter participado. Eu fiquei muito feliz com a homenagem”, completou.
Para Tânia Maria de Souza, o momento também foi de grande emoção. Ao lado da filha, ela recebeu as honrarias destinadas, em memória, ao marido, Eliezer de Souza.
O agente policial de custódia aposentado faleceu no início do último mês de junho – não sem antes deixar sua marca para a Segurança Pública do Distrito Federal e por isso também foi homenageado.
“É muito importante, para nós, vermos esse reconhecimento, que é muito justo, porque ele sempre foi muito íntegro em tudo que fazia e um profissional extremamente dedicado”, colocou Tânia Maria.
“Nós temos que parabenizar o sindicato porque ele teve a oportunidade de ser homenageado em vida e isso nos deixou muito gratos, mas também estamos felizes hoje porque tivemos a oportunidade de ouvir dos colegas o quanto ele foi um profissional exemplar”, agradeceu a esposa de Eliezer.