Da Comunicação Sinpol-DF
Candidato à reeleição, o atual governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), não compareceu à sabatina realizada pelo Metrópoles em parceria com sindicatos que representam as categorias de trabalhadores da saúde, da educação, da segurança pública e dos bancários.
Ele seria sabatinado na manhã desta terça, 21, pelos dirigentes das entidades – entre eles, o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho” que, assim como os demais, havia gravado a questão anteriormente para ser exibida no momento da entrevista.
Com a ausência de Rollemberg, comunicada pela assessoria momentos antes da sabatina, o Metrópoles reuniu os representantes de cada sindicato para debater as questões que seriam colocadas em debate com o governador. Na ocasião, o vice-presidente do Sinpol-DF, Paulo Roberto, juntou-se aos representantes do Sindepo, Sindiperícia, Sinpro e CUT.
Segundo Paulo, o governador dispensou a oportunidade de se explicar à população e aos servidores públicos sobre o que fez e deixou de fazer no mandato. “Os três milhões de habitantes também devem lamentar, pois gostariam de ouvir o governador.
“Os três milhões de habitantes também devem lamentar, pois gostariam de ouvir o governador. A democracia é ferida quando isso acontece”, afirmou o vice-presidente do Sinpol-DF.
DADOS MAQUIADOS
Ele aproveitou a oportunidade para expor a contradição do discurso do governador quando se trata dos dados da criminalidade em Brasília – assunto sobre o qual Rollemberg seria questionado. “A queda na taxa de homicídios é uma tendência de outros governos. Essa redução só existe graças ao trabalho investigativo da Polícia Civil, que desarticulou gangues nas Regiões Administrativas”, assegurou.
Os números apresentados pelo GDF não refletem a realidade porque, segundo Paulo, o governo subdivide os crimes. “Os homicídios culposos e os casos de feminicídio estão em um campo separado, o que maquia as estatísticas”, explicou.
Mesmo com esse trabalho, a capacidade investigativa da PCDF se reduziu muito, de acordo com o vice-presidente do Sinpol-DF: “em 1999, a média de elucidação dos homicídios era de 81%; hoje, é 47%. Isso é reflexo da falta de investimentos”, denunciou.
Paulo lembrou que a Polícia Civil tem apenas 15% de participação no Fundo Constitucional, que é repassado pela União para a folha salarial da Segurança Pública. “Hoje, o nosso efetivo é inferior ao de 1993. Além dos três milhões de habitantes, temos 1,5 milhão de pessoas que moram no Entorno do DF e vem pra cá”, apontou.
A sabatina continua até a noite desta terça, quando o deputado federal Rogério Rosso será sabatinado. Além do Sinpol-DF, participam da sabatina apresentando as questões aos candidatos o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde), Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo), Sindicato da Categoria dos Peritos Oficiais Criminais (Sindiperícia) e o Sindicato dos Bancários de Brasília.