Da Comunicação Sinpol-DF
A diretoria do Sinpol-DF retomou, na tarde da última quinta, 19, as visitas às unidades de trabalho da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O novo ciclo foi iniciado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) – escolhida após relatos de um clima organizacional cada vez pior e situações frequentes de assédio moral e perseguições.
O grupo foi acompanhado também por advogados do escritório Machado e Gobbo, que presta Assessoria Jurídica ao Sinpol-DF. Eles esclareceram de quais maneiras o sindicato pode auxiliar na resolução desses problemas, inclusive junto à Justiça, e orientaram os policiais sobre como agir em casos de assédio, sobretudo quando cobrados a atuar em desvio de função.
Nesse mesmo contexto, foi ressaltada a necessidade de atuação em conformidade com as atribuições legais. Os dirigentes sindicais lembraram da necessidade que as chefias entendam que a eventual queda de produtividade não é culpa dos policiais, mas, sim, da falta de planejamento que leva, justamente, à extrema falta de servidores na Polícia Civil, além da grande desmotivação em razão de uma crise financeira.
A diretoria ainda ressaltou que é preciso modificar a cultura de “todo mundo faz tudo”, pois isso desvaloriza e sobrecarrega os policiais civis. Os diretores recomendaram, ainda, que sempre que os policiais se sentirem coagidos a atuar de maneira inadequada, é importante buscar o sindicato.
Eles informaram, ainda, que o Sinpol-DF está à disposição e, por isso, os advogados acompanharam a visita, a fim de deixar claro as representações já em andamento na Justiça e no Ministério Público sobre casos de assédio moral e desvio de função.
REMOÇÕES
Durante a visita, ainda foram discutidas uma série de outras irregularidades administrativas, a exemplo das transferências como forma de retaliação. A situação já deveria ter sido resolvida com a regulamentação do Concurso de Remoção, mas o projeto foi engavetado pela Direção Geral da PCDF.
As remoções são a forma que as chefias se utilizam para manter um clima de pressão e assédio, fazendo ameaças e perseguindo aqueles que simplesmente questionam irregularidades e ilegalidades.
Os policiais pontuaram também as dificuldades para conciliar o trabalho na unidade e a participação nos cursos de progressão, uma vez que eles acontecem em horário diverso do expediente. A diretoria afirmou que já conversou e oficiou à Direção Geral para que os policiais ficassem somente à disposição da Academia de Polícia Civil (APC) nesse período.
A falta de uma gestão voltada à atenção aos parcos recursos humanos, contudo, não existe atualmente. Além disso, uma ação judicial do Sinpol-DF já garante que as horas de cursos sejam reconhecidas como horas de trabalho.
RECOMPOSIÇÃO SALARIAL
A recomposição salarial também foi um dos temas centrais do encontro. A diretoria do Sinpol-DF apresentou um panorama geral de como tem atuado em defesa do pleito. Nesse sentido, também explanou que tem dialogado com atores políticos com vistas também ao próximo governo e, por isso, o sindicato tem se reunido com os principais nomes para candidatura nas próximas eleições.
O propósito, sobretudo, é expor como os pleitos da categoria estão alinhados também ao clamor social por uma Segurança Pública de qualidade e desfazer o discurso que existe alguma relação entre os vencimentos das forças de segurança. A ideia é esclarecer os candidatos que ao longo dos últimos anos a Polícia Civil tem sido preterida, ao contrário das demais corporações.
O encontro também serviu de oportunidade para que a diretoria discutisse com os policiais os principais pontos da proposta de unificação das polícias Civil e Militar, recentemente apresentada na Câmara dos Deputados. Foi colocada, ainda, a atuação do sindicato no sentido de viabilizar o Serviço Voluntário Remunerado também para a Polícia Civil, além da regulamentação do sobreaviso e outros benefícios que não são estendidos aos policiais civis.
Nas próximas semanas, outras unidades serão visitadas pela diretoria para discutir essas questões com a categoria.