Criminalidade está em níveis alarmantes na capital do país

Da Comunicação Sinpol-DF

A criminalidade que assola Brasília já chega a níveis comparados com atentados terroristas. Segundo levantamento do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), no último fim de semana, entre as 0h de sexta, 11, e as 6h de segunda, 14, a capital federal registrou 16 homicídios (10 tentados e seis consumados) e três latrocínios (dois consumados e um tentado) nas últimas 72 horas.

Isso dá uma média de seis casos por dia. Um deles, que ganhou bastante repercussão nesta segunda, 14, foi o latrocínio que vitimou o revisor do Correio Braziliense, Rubens Bonfim Leal.

Em Surubaya, uma das maiores cidades na Indonésia, ocorreram dois atentados no último domingo, 13. Em um deles, 13 pessoas morreram. Os atos foram assumidos pelo Estado Islâmico.

Mas os números da capital federal não param ali: foram registrados, nas delegacias do DF, 227 roubos a transeuntes, 62 subtrações de veículos, cinco roubos a residência e dois roubos com restrição de liberdade. Foram mais de quatro crimes graves por hora, em média. Confira no infográfico abaixo.

No caso dos roubos a residência, em três das ocorrências os bandidos entraram enquanto havia apenas mães e filhas em casa. Um acontecimento nada agradável para marcar o Dia das Mães nessas famílias.

Os números, contudo, podem ser bem piores: há quase dois anos, o governador Rodrigo Rollemberg ordenou o fechamento de 20 Delegacias de Polícia (DPs). Muitas das vítimas só conseguirão registrar os crimes a partir de hoje; tantas outras, infelizmente, não irão comunicar a ocorrência.

As poucas DPs que ainda mantém o plantão em funcionamento não dispõem de efetivo suficiente. Na 21º DP, em Taguatinga Sul – e em quase todas as outras – havia apenas quatro policiais civis trabalhando no plantão do último final de semana.

Na região da 21ª DP, ocorreram dois dos 16 casos de homicídios registrados. Os policiais civis se dividiram em duplas para dar conta dos trabalhos. Enquanto uma dupla foi até a cena dos dois crimes, a outra ficou na delegacia para atender à população e fazer o registro dos flagrantes.

“Está clara a sobrecarga de trabalho a que esses policiais civis foram submetidos sob anuência da Polícia Civil do DF (PCDF), um total desrespeito não só a esses profissionais, mas ao regimento interno da instituição que recomenda o mínimo de seis policiais civis para uma equipe do plantão.

Nessas condições, é humanamente impossível iniciar uma investigação. O trabalho de repressão criminal exercido pelos policiais civis tem como principal inimigo o tempo. É preciso agir o mais rápido possível para que as provas não sumam”, comentou o Sinpol em nota.

Uma dupla de policiais civis não consegue, sozinha, dar conta também de preservar o local de crime até a perícia chegar e, ainda, ir atrás de testemunhas.

Em nota, o sindicato aponta que “o cenário catastrófico ao qual o Distrito Federal foi submetido é consequência direta da falta de investimentos na Segurança Pública. A PCDF, hoje, tem o efetivo defasado em mais de 50%. O Governo Rollemberg caminha para ser o primeiro que não realizará concurso para os cargos de Agente e Escrivão de Polícia. Não se adquiriu, neste governo, sequer viatura. Este sucateamento da Polícia Civil está não só levando nossa população a um sentimento de insegurança, mas a uma insegurança real”.

Mesmo com índices tão altos, a área ainda não tem recebido o tratamento prioritário que precisa – e a população está pagando caro por isso.

Assessoria de Imprensa Sinpol-DF – Coletivo Conversa
Bruno Aguiar
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