(Fotos: Lucas C. Ribeiro/Sinpol-DF)

Da Comunicação Sinpol-DF

Às vésperas do Dia do Policial Civil, celebrado, assim como o aniversário de Brasília, em 21 de abril, centenas de policiais receberam na última sexta, 20, o reconhecimento público pelos anos de serviço e dedicação à segurança da população brasiliense. Eles foram homenageados em uma sessão solene realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

O evento foi promovido pelo Sinpol-DF em parceria com o deputado distrital Claudio Abrantes (PDT) com o propósito de homenagear os policiais civis que se aposentaram no último ano. Para os participantes, o evento marcou a antecipação de uma saudade inevitável e o reconhecimento da dedicação, trabalho e competência que, durante décadas, foram as bases para a atuação desses profissionais.

“Estamos aqui, em nome da Câmara Legislativa, para fazer essa justa e verdadeira homenagem aos policiais civis do Distrito Federal”, afirmou Abrantes ao abrir a solenidade. “Nós vivemos um tempo muito difícil e, por isso, mais do que nunca, temos que lutar para resgatar a Polícia Civil em sua plenitude de reconhecimento, de respeito, de condições de trabalho e de valorização profissional”, acrescentou.

20.04.18 - Sessão solene na CLDF - Dia do Policial Civil.

O deputado distrital ressaltou a importância de “celebrar os homens e mulheres que com seus feitos, seus casos emblemáticos para história do país, construíram essa instituição”, mas, assim como os demais parlamentares presentes, também utilizou a oportunidade para expressar o desagravo em relação ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e suas recentes declarações a respeito da negociação com a categoria.

O deputado federal Rôney Nemer (PP-DF) resumiu todo o processo de discussões, deixando claro que a não concessão de qualquer reajuste para os policiais civis foi, exclusivamente, uma decisão política do governador. Confira no vídeo abaixo:

Além desses esclarecimentos, o parlamentar acrescentou: “eu vim aqui hoje para agradecer aos policiais pelas nossas famílias, por saírem de casa, correndo o risco de não voltarem, para nos protegerem”. O distrital Chico Leite (REDE) pontuou, por sua vez, que a sociedade, sobretudo, os governantes não fazem esse reconhecimento. “Quando se homenageia quem dedicou a vida inteira à instituição, e por isso à sociedade do Distrito Federal, na verdade, estamos olhando para o futuro, para isso que almejamos”, frisou.

No mesmo tom, seguiu o discurso do presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”. “Mesmo diante da crise que temos vivido, esse é o momento de lembrarmos o Dia do Policial Civil, um dia especial e que não pode passar em branco”, ponderou. “O policial trabalha 20, 30 anos nessa nossa carreira e acaba saindo sem nada, sem mesmo um “muito obrigado” da instituição. Por isso, nos últimos anos, decidimos homenagear todos os policiais que se aposentam no período”, esclareceu.

Assista a íntegra do discurso de Gaúcho:

“Eu nunca passei por essa data tão triste”, lamentou, por sua vez, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF). “Isso não é pela defasagem do salário que já vai em nove anos, mas, sim, pela falta de respeito do Governo do Distrito Federal em relação ao policiais civis. Isso gera uma grande falta de motivação. A nossa polícia era vibrante, mas tem perdido o brilho por falta de respeito dos nossos governantes. Ainda assim, a nossa instituição é bem maior do que esse governo nocivo. Não podemos baixar a cabeça e vamos trabalhar para despojar o governador da política brasiliense”, conclamou o parlamentar.

Já o deputado distrital Joe Valle (PDT), presidente da CLDF, ressaltou que “a saída para qualquer governo é o servidor. A saída para qualquer instituição é o capital humano. Fazer gestão de qualidade é cuidar das pessoas”, destacando que a postura do GDF tem sido contrária. “Hoje, há uma forte busca pela sensação de segurança, mas ela nunca existirá se não investirmos estrategicamente na solução estruturante do crime. Para acabar estruturalmente com o crime é preciso um trabalho de inteligência e quem tem essa missão são vocês, policiais civis”, reconheceu.

O reconhecimento também direcionou as mensagens enviadas pelos deputados distritais Wasny de Roure (PT) e Robério Negreiros (PSD), que não puderam participar da solenidade, mas mandaram os agradecimentos aos policiais homenageados.

GRATIDÃO

Entre os policiais homenageados estava a perita papiloscopista aposentada, e diretora de Comunicação do Sinpol-DF, Celma Lima. Ela foi convidada pelo deputado Cláudio Abrantes para compor a mesa junto com a diretora de Assuntos Sindicais, Marcele Alcântara, e afirmou se sentir “muito honrada por ter sido chamada para representar as mulheres policiais civis, que são uma força dentro da nossa categoria”.

A diretora de Comunicação do Sinpol-DF, Celma Lima, foi uma das homenageadas

“É essencial que nós consigamos lembrar que este é um dia muito importante, que representa o fechamento de um ciclo de imenso esforço ao longo de toda uma vida profissional nessa instituição”, destacou Celma.

Para a agente policial de custódia Edilênia Evaristo, que compôs os quadros da PCDF durante 23 anos, a significância do dia, de fato, não passou despercebida. “São muito anos de dedicação que não merecem ser esquecidos de uma hora para outra. É muito bom recebermos, ainda em vida, esse reconhecimento pelo trabalho, que é extremamente desgastante, mas também muito gratificante. Eu fiz por amor”, garante a policial.

O escrivão Luís Carlos Teixeira, que também atuou por mais de duas décadas na PCDF, resume o tempo como “uma escola”. “Eu considero os anos que passei na polícia como os melhores da minha vida, pois saber da relevância do seu trabalho traz uma forte realização profissional”, afirma. Ressaltando sobretudo a dedicação e união características de sua turma (de 96), Luís Carlos Teixeira conta que já está sentindo falta, “mas sensação de dever cumprido e o tempo, agora, com a família compensam quando chega a nossa hora de deixar a instituição”.

Aos 60 anos, o agente de polícia Luiz César Fiuza se apontou em agosto do ano passado. Também para ele, “a polícia foi uma grande escola de vida porque foi onde eu conheci os extremos do ser humano, tanto do mal, lidando com criminosos perversos, quanto do bem, exemplificado pela disposição de, inclusive, dar a vida para salvar alguém”, analisa, ressaltando que “o trabalho policial é um hino de amor à vida”.

Todos os policiais civis homenageados receberam um certificado do Sinpol-DF e da CLDF

Por outro lado, o agente lembrou que, “em outros países, é comum a própria instituição prestar uma homenagem aos policiais, mas aqui você não tem nada. Felizmente nós temos o sindicato suprindo essa ausência e omissão do Estado, que era quem deveria homenagear seus servidores, afinal foi para ele que nós prestamos o serviço”, critica Luiz César.

Além dos aposentados, 20 policiais civis da ativa também foram homenageados em razão do trabalho de destaque que desenvolvem. É o caso papiloscopista Paulo Maurício da Encarnação, que continua atuando mesmo com mais de 30 anos na PCDF – nove anos deles em abono permanência. “É um trabalho que eu me dedico todo o tempo e sempre 110%, por isso uma homenagem como essa vem com um forte sentimento de reconhecimento”, resume.

HOMENAGEADOS

Todos os sindicalizados que se aposentaram no ano de 2017 foram convidados para a sessão solene. Aqueles que, entretanto, não puderam comparecer ao evento podem buscar seus diplomas no Sindicato ou aguardar o recebimento pelos Correios. Para isso, é importante que os endereços estejam atualizados. Outras informações podem ser obtidas através do telefone 3701-1300.

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