Da Comunicação Sinpol-DF
Tereza Côrtes trabalhou na Polícia Civil do DF (PCDF) por 19 anos. Tomou posse em 1996, como agente de polícia, até que, em fevereiro de 2015, aposentou-se. Este foi o momento tão esperado para ela colocar em prática um plano que estava no papel há sete anos: o bistrô “Uai Bezinha – Cafés & Quitutes”.
O empreendimento concretizou em Brasília o saudosismo da vida que a família tinha em Vazante, Minas Gerais. “Das rodas de cantoria às comidas que eram preparadas, tudo aqui é fruto das lembranças e histórias que eu vivi no interior de Minas Gerais com a minha família”, explica Tereza com alegria.
O bistrô foi planejado por sete anos, quando ela ainda era da ativa, e saiu do papel um ano depois da aposentadoria. Na PCDF, a aposentada passou por diversas unidades: começou pela Delegacia de Crimes Contra Ordem Tributária (DOT), passou pela 2ª DP, pela Delegacia de Defraudações (DEF), Delegacia da Mulher (DEAM) e, por último, ela trabalhou na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV).
“Foi um experiência muito válida em razão do que se leva para a vida pessoal. Há situações do cotidiano policial que uma pessoa de outra área, não faz a menor ideia do que é. E lá, com o trabalho policial, aprendi a me resguardar das pequenas e grande situações do dia-a-dia”, comenta.
Tereza se orgulha pelo serviço que prestou à polícia, reiterando que a dedicação e entrega do seu profissionalismo sempre esteve à frente como princípio fundamental. “Eu acabava, por vezes, entrando em conflito com alguns colegas que não vestiam a camisa; que não valorizavam aquele trabalho. Porque se você está do outro lado do balcão e uma pessoa chega procurando o trabalho policial, significa que ela já passou por todas as áreas e vai ali como última instância para buscar ajuda e fazer valer a justiça. Se o profissional não estiver comprometido com esse serviço, ele pode causar ainda mais problemas além do que aquela pessoa já tem”, assegura a aposentada.
Além dela, a carreira policial é seguida pelo marido, Guilherme Henrique, que é delegado, e pelo irmão Geraldo, conhecido por “Geraldinho da DH”, hoje também aposentado.
O EMPREENDIMENTO
O “Uai Bezinha” foi planejado quando a policial civil ainda era da ativa e o nome homenageia a mãe de Tereza, Maria de Lourdes, falecida em 2009, cujo apelido era Bezinha. “Quando a mamãe fazia uma comida que o papai gostava muito, ele exclamava: “Uai Bezinha… Você quer me matar de comer!”. Foi a partir dessa expressão que surgiu o nome do estabelecimento”, lembra.
A idealização do projeto não era nenhum segredo para a família. Os pais de Tereza acataram a ideia com muito orgulho, pois a filha caçula, de oito irmãos, estava resgatando os costumes familiares. “Meus pais se emocionavam a cada detalhe que eu ia contando. Hoje, eles não estão presentes para contemplar, mas não ficou uma lembrança ruim: é uma saudade de alegria”, esclarece.
Os detalhes minimalistas da decoração do “Uai Bezinha” fazem referência aos tempos mais antigos do interior de Minas e vão desde o uniforme – um vestidinho da moça simples da época – aos móveis em madeira.
Todo o ambiente foi montado para que os clientes se sintam em casa. “Antes de ser somente uma atividade comercial, por trás existe um objetivo que é acolher a cada um que Deus nos enviar. É fazer com que essa pessoa se sinta bem com o nosso jeito de ser, simples e apaixonado pelas gerais de tantas minas”, completa.
Além dos nove colaboradores, Tereza conta com a ajuda da filha, Lara Ludmila, que é sócia e ajuda no atendimento, da sobrinha, Natália Maria, que é atendente, e de duas tias, Janaína e Isabela, que ajudam-na no preparo das comidas.
O intimismo do interior de Minas é base para o atendimento. Por isso, ela não contratou garçons profissionais, pois queria fugir do padrão do mercado. “Nós temos as atendentes que fazem um trabalho mais humanizado, de forma que elas podem sentar à mesa e conversar com os clientes. O excesso de profissionalismo, às vezes, pode comprometer a qualidade do atendimento criando uma barreira que evita uma comunicação melhor entre quem atende e quem é atendido”, explica.
SEM INDUSTRIALIZADOS
O cardápio conta com uma diversidade de comidas que remetem ao sabor mineiro que foi passado de geração para geração. “Tive todo o cuidado ao catalogar esse cardápio. Nele, oitenta por cento das receitas são oriundas das minhas bisavós, avós, tias e da mamãe”, informa.
Ela acrescenta, ainda, que tudo o que é servido no Bezinha é de produção artesanal. Assim, acredita a empreendedora, ela evita trazer para a cozinha produtos que passam por manipulação, contaminação e armazenamento inadequado. “As receitas são baseadas na culinária antiga e, na época, tudo que era industrializado tinha dificuldade de chegar na roça. A mamãe não usava fermento na massa e eu consegui adequar isso à minha cozinha. Assim, consigo agregar saúde, qualidade e sabor”, assegura.
A fórmula tem dado certo: o espaço que, nos primeiros meses de funcionamento, era muito frequentado por moradores próximos, hoje atrai gente de várias partes do DF. A ampliação do público contou com o boca-a-boca do cliente como principal ferramenta de divulgação. “É muito comum clientes novos comentarem ter vindo por indicação. Saber que as pessoas estão gostando e recomendando o lugar me alegra muito”, afirma.
Com o sucesso, o espaço começou a ser procurado para a realização de eventos. Tereza não relutou e até casamento já foi celebrado no bistrô. A aposentada não esconde a satisfação e reconhece que, a cada dia, o lugar está crescendo e se tornando referência. A ideia de abrir uma filial é o próximo passo mas, sobre isso, por enquanto, ela prefere, como boa mineira, “comer quieto”.
SERVIÇO
O ‘Uai Bezinha – Café & Quitutes’ fica localizado na CLS 311 Bloco C Loja 37 – Asa Sul. Oferece café da manhã, almoço e jantar.
Funcionamento: Às segundas e sextas, das 7h30 às 21h30, sábados, das 8h às 21h30 e, aos domingos, das 11h30 às 18h30.
Para os policiais civis do DF, o Uai Bezinha oferece 15% de desconto.
Contato: (61) 3543-1000 e 98166-8248.