O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) manifesta apoio total à luta dos colegas policiais civis do Rio Grande do Norte (RN) que, há 15 dias, encontram-se mobilizados contra o atraso do pagamento de salários. Eles estão sem receber desde novembro, incluindo o 13º.
Por causa disso, os policiais civis do RN não têm conseguido se deslocar para o trabalho e dependem da ajuda de outras pessoas – familiares ou amigos – para se alimentar. O descaso do governo local, que sequer faz uma previsão de pagamento (chegou-se a estipular duas datas, que foram descumpridas), tem levado as famílias desses guerreiros a enfrentar uma série de dificuldades – como se já não fosse suficiente lidar com as incertezas que o cotidiano dos policiais civis impõe, pois, como se sabe, ao enfrentar o crime, eles não têm a certeza de que voltarão para casa.
Apesar desse cenário calamitoso, os policiais civis não fugiram ao dever: eles se mantiveram em atividade em regime de plantão. Ainda assim, a pedido do Governo do RN, a Justiça daquele estado, em uma decisão que causa perplexidade, considerou a greve ilegal, determinando o retorno imediato dos policiais civis – também dos militares e bombeiros, que enfrentam a mesma situação – ao trabalho, estipulando multas diárias.
Logo, em uma segunda decisão, a Justiça também determinou a prisão daqueles que participarem do movimento que busca, apenas, garantir o que lhes é justo: receber pelos serviços prestados à sociedade.
É lamentável que ao invés de pagar aos policiais o que lhes é direito, o governo local tenha optado por uma postura absolutamente injusta, ao querer obrigá-los a trabalhar sem receber. Também causa espanto que a Justiça tenha acatado o pedido que, no mínimo, é bastante controverso.
O caos que se instalou no Rio Grande do Norte é sintomático do momento que vivemos em todo o país: o sucateamento das forças de Segurança Pública, em especial das Polícias Civis, que ocorre de maneira deliberada em várias partes do Brasil. Por isso, ao nos ombrearmos à luta dos colegas policiais civis do RN, também lançamos à sociedade o alerta para essa situação, que é preocupante.
A todos os policiais civis do Rio Grande do Norte, desejamos, ainda, que se mantenham firmes na luta pelo que lhes é direito e obrigação do Estado.