Da Comunicação Sinpol-DF
Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na tarde desta terça, 31, os policiais civis do Distrito Federal, mais uma vez, decidiram manter elevado o tom na luta em prol da recomposição das perdas inflacionárias.
No ato, promovido pelo Sinpol-DF na Praça do Buriti e que contou com a participação de mais de mil sindicalizados, foi deliberado, entre outros pontos, por uma nova paralisação de 24 horas a partir das 8h desta quarta, 1°.
Durante o período, em todas as delegacias do DF, só serão registrados flagrantes e ocorrências graves como homicídio, latrocínio e estupro.
Este é mais um capítulo da luta, que já dura mais de dois anos, para que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) envie ao governo federal a mensagem prevendo o impacto financeiro que estabelece a manutenção da paridade legal, jurídica e histórica com a Polícia Federal (PF).
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Diferentemente de todas as demais carreiras da União e do Governo do Distrito Federal (GDF), a categoria é a única que, nos últimos oito anos, não passou por qualquer reestruturação dos vencimentos. Em função disso, esses servidores amargam, hoje, uma perda inflacionária que ultrapassa os 47%.
Ampliando ainda mais o rombo salarial – em função de Medida Provisória assinada nesta segunda, 30, pelo presidente Michel Temer –, a partir de 1º de fevereiro de 2018, os policiais civis do DF, assim como os demais servidores federais, terão que arcar com uma maior alíquota previdenciária, que passa de 11% para 14%.
Em função desse aumento de 3% na contribuição do INSS, o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, ressaltou, durante a assembleia, que “se Rollemberg se mantiver intransigente em relação às necessidades da Polícia Civil, ao fim do seu governo, pela primeira vez na história, os policiais civis terão, na prática, redução dos salários. Seremos a única carreira do executivo federal e distrital que terá redução salarial nos últimos anos. É por isso que precisamos nos manter mobilizados e unidos em torno das nossas reivindicações”, acrescentou.
“Enquanto a Polícia Civil tem apresentado resultados positivos, o governo nos vira as costas. Há dois anos, nós temos batido nessa porta, mas não conseguimos avançar porque ele nos escolheu como bodes expiatórios para barrar a valorização de todo o funcionalismo público do DF”, ponderou o presidente do Sindicato.
“Nós não podemos permitir que essa situação continue”, pontuou o vice-presidente da entidade, Paulo Roberto. “Nós temos que estar dispostos a batalhar diariamente até vencermos essa luta, que é pela nossa dignidade e pelo futuro de nossas famílias”, conclamou.
ADESÃO
Durante a AGE, Gaúcho aproveitou a oportunidade para agradecer a demonstração de união da categoria durante a paralisação de 24 horas realizada na última quinta, 26. Ele ressaltou, por outro lado, a necessidade de reforço do movimento nesta quarta.
“Nós não recebemos horas extras, não recebemos adicional noturno, não temos um plano de saúde que garanta a nossa integridade e temos um governo que não negocia um milímetro sequer”, analisou, afirmando, então, que “a contrapartida da categoria tem que ser dada de acordo. O governador precisa entender que nós temos brio, dignidade e orgulho e não vamos desistir da luta”, concluiu.
Além da nova paralisação, a categoria votou pelo estado de assembleia permanente – que poderá ser convocada a qualquer momento pela Diretoria Executiva do Sindicato.
Ao longo da próxima semana, também serão realizadas visitas às delegacias, a fim de reforçar a participação da categoria no movimento. Na oportunidade, será discutida ainda a possibilidade de entrega das armas, viaturas e coletes – decisão que deverá ser levada à pauta de nova AGE.