Da Comunicação Sinpol-DF
Atendendo à convocação do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), os policiais civis do Distrito Federal voltaram a se reunir em assembleia na tarde desta quinta, 19, na Praça do Buriti. O momento, que contou com a participação de cerca de mil pessoas, foi promovido a fim de deliberar o posicionamento da categoria em resposta ao silêncio do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao longo das últimas semanas.
No dia 24 de agosto, em reunião com os sindicatos, deputados distritais e federais, o governador se comprometeu a retomar as negociações após aprovação pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) da Reforma da Previdência, que uniu os fundos do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev). Semanas depois e, apesar das reiteradas cobranças dos parlamentares e do próprio Sinpol-DF, o novo encontro ainda não foi marcado.
Pouco antes do início desta Assembleia Geral Extraordinária (AGE), contudo, a diretoria do Sindicato foi chamada à Casa Civil do Governo do Distrito Federal (GDF), onde se reuniu com o secretário adjunto da pasta, Fábio Rodrigues Pereira, e com o subsecretário de Relações do Trabalho, Márcio Gimene.
Na oportunidade, os diretores presentes – além do presidente do Sindicato, Rodrigo Franco Gaúcho, o vice-presidente Paulo Roberto e o diretor Jurídico Fernando Ferreira – destacaram que as condições financeiras atuais, com o aumento da arrecadação, crescimento do Fundo Constitucional e demais repasses da União, permitem, sim, ao governo distrital cumprir a promessa de manutenção da isonomia legal e histórica.
Paulo Roberto lembrou ainda que, apesar de o governo reafirmar, em todos os encontros, que reconhece o pleito dos policiais civis como legítimo, o que a categoria espera é a concretização desse discurso. “Não dá mais pra ficarmos aguardando novas condições, principalmente agora que o GDF conseguiu grandes fôlegos financeiros. Nossa prestação de serviço está sendo prejudicada, os policiais civis estão doentes, endividados e na espera de uma posição efetiva, de uma proposta”, advertiu.
No entanto, em mais uma quebra de expectativas, o secretário adjunto da Casa Civil não apresentou qualquer solução objetiva – sinalizando somente que a reunião com Rollemberg deverá ocorrer, mas sem apresentar data.
MOBILIZAÇÕES
De volta à assembleia, a diretoria do Sindicato apresentou o que foi discutido, ressaltando, sobretudo, a necessidade de mobilização da categoria. Foi destacado, por exemplo, que, mesmo com as dezenas de operações deflagradas recentemente, que poderiam demonstrar à sociedade e ao governador a importância do trabalho dos policiais civis, o GDF não valoriza os policiais civis e retira verbas da Polícia Civil do DF.
Chegou-se ao consenso de que é necessário retomar as mobilizações – inclusive com paralisações e greve. A possibilidade de paralisação já nesta sexta, 20, foi sugerida.
A escolha aceita pela maioria, no entanto, foi a realização de uma nova AGE na próxima quarta, 25. A ideia é, até lá, aglutinar toda a categoria policial civil do DF em torno do movimento.
“Este é um governo que mentiu na campanha, veio mentindo durante os outros anos e a mentira está consolidada”, criticou o deputado distrital Claudio Abrantes (Sem Partido) durante a assembleia. “Mas nós não podemos ficar calados. Temos que quebrar essa ideia de que a Polícia Civil está dominada e não é problema para ele”, contrapôs.
No mesmo sentido discursou o deputado distrital Wellington Luiz (PMDB). “Não depende mais do governador; depende de nós. Está na hora de fazermos frente e retirarmos Rollemberg da zona de conforto, do silência total, afinal não ser otário é pré-requisito para ser policial”, ponderou.
Também foi decidido que na segunda, 23, haverá uma reunião do Sinpol-DF com os sindicatos dos delegados e dos peritos criminais para a discussão de ações conjuntas. No mesmo dia, os dirigentes sindicais vão, ainda, reunir-se com os distritais que integram o colégio de líderes da Câmara Legislativa do DF.
“Nós vamos reforçar esse chamado, os diretores vão para as delegacias e cada policial civil aqui deve trabalhar junto aos demais para garantir a adesão ao movimento. Nós estamos há mais de dois anos nessa luta e, ainda que ela nunca tenha se encerrado, está claro que agora é o momento de fortalecer. Vamos perseverar até o último dia desta gestão”, conclamou Gaúcho.