Mais de três mil policiais de diversos estados do país compareceram à Esplanada dos Ministérios na tarde de terça, 18, para o Dia de Luta pela Valorização do Profissional de Segurança Pública.
A manifestação foi convocada pela União dos Policiais do Brasil (UPB), organização composta por 29 entidades de classe, entre elas o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), para protestar contra a PEC 287/16, que institui a Reforma da Previdência.
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A data foi escolhida porque haveria a leitura do relatório final da Proposta na Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara Federal. Prevista para o início da tarde, a sessão foi adiada para esta quarta, 19, justamente por causa do impasse em torno da idade mínima para a aposentadoria das mulheres e dos policiais.
Ainda assim, policiais civis, federais, rodoviários federais e de outras carreiras da Segurança Pública, vindos dos estados de Sergipe, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Roraima lotaram o gramado do Congresso Nacional pedindo a derrubada da PEC.
Em um momento da manifestação, um grupo majoritariamente formado por policiais civis de outros estados, conduzidos pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), foi até a Câmara para protocolar um requerimento que pede o afastamento do deputado Arthur Maia (PPS-BA) da Comissão, por quebra de decoro.
Segundo explicou o presidente da Cobrapol, Jânio Gandra, o parlamentar deveria ter se declarado impedido de presidir os trabalhos por ter recebido doações de fundo de previdência privada durante a campanha eleitoral para se eleger. “O processo todo está desviado. Estamos pedindo a anulação de todas as sessões e solicitando a criação de uma nova Comissão, que seja presidida por um relator isento”, afirmou.
O grupo se dirigiu à entrada principal da Câmara, denominada de Chapelaria. Lá, houve tumulto e o disparo de bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta por policiais legislativos para impedir a entrada do grupo de policiais ao prédio. Mesmo com a confusão, o requerimento foi protocolado na Câmara, após a permissão da entrada de alguns policiais.
Logo depois da correria, o próprio Arthur Maia anunciou que a idade mínima para a aposentadoria dos policiais poderá ser reduzida para 55 anos e, depois, será vinculada a dos militares – que terão uma regra específica.
A manifestação, iniciada às 13h, terminou por volta das 17h, de maneira pacífica. O presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, conclamou aos policiais civis do DF e de todos os outros estados a permanecerem unidos na luta pela manutenção da aposentadoria policial.
“Parabéns pela caminhada até aqui. Estamos acolhendo a todos. É um grande orgulho participar efetivamente da UPB, em todos as frentes. É muito importante que estejamos unidos até a vitória, que será o reconhecimento da atividade de risco e da nossa aposentadoria”, assegurou Gaúcho.