Da Comunicação Sinpol-DF
Cinco agentes policiais de custódia foram de Brasília para o Rio Grande do Norte, onde coordenaram a retomada do presídio de Alcaçuz.
Eles fazem parte da Força Tarefa de Intervenção Prisional (FTIP) e já atuaram em quase 20 estados, dando o suporte para o controle de rebeliões e capacitando os servidores locais para que exerçam o domínio adequado das penitenciárias.
Desde que chegaram, na semana passada, à cidade de Nísia Floresta, localizada na região metropolitana de Natal, o grupo, formado por 78 agentes de todo o país, já realizou duas grandes intervenções em Alcaçuz.
OPERAÇÃO
Na última quinta, 26, em uma ação que durou cerca de 15 minutos, a força tarefa recolheu mais de 500 armas, incluindo 12 armas de fogo, e cerca de 50 celulares.
Segundo Luís Mauro Araújo, agente policial de custódia do DF e coordenador da FTIP, somente nesse dia 111 presos foram autuados por crimes como dano ao patrimônio público, porte de arma, formação de quadrilha, associação criminosa, apologia ao crime, incêndio criminoso, desacato, entre outros.
“Quando o Estado abandona o preso, ele fica subordinado ao crime, e acaba se associando às organizações criminosas, porque, se não fizer, acaba morto. E é inadmissível um preso morrer sob a tutela do Estado”, opina Luís Mauro.
“Eles se tornam verdadeiros escravos do crime e, além de serem forçados a fazerem coisas absurdas, capitalizam essas facções. Por isso, é importante que os governos entendam que combatendo o crime organizado dentro da cadeia, consegue-se a diminuição da criminalidade nas ruas também”, acrescenta o agente policial de custódia.
Além de Mauro, o grupo é integrado por Aloísio Alberto Martins, Carlos Melo, Maiquel Mendes e Mauro Henrique Ribeiro.
CAPACITAÇÃO
Na última segunda, 30, os blocos 4 e 5, dominados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram completamente retomados. Nas próximas semanas, deverão ser realizadas novas intervenções, até que todo o presídio retorne ao controle do Estado.
A partir de então, será realizado um trabalho de capacitação dos agentes de atividades penitenciárias. O propósito é aperfeiçoar a atuação desses servidores, de acordo com a doutrina de rotinas carcerárias desenvolvida, há cerca de 15 anos, pelo próprio Luís Mauro junto com outros agentes policiais de custódia.
O grupo já atuou em dezenas de presídios de todo país com o objetivo de retomar a ordem e estabelecer, nesses locais, os devidos procedimentos.
Eles chegaram, inclusive, a capacitar também o Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), agrupamento de operações especiais de Portugal.
“Com o treinamento dos agentes, nosso objetivo é fazer com que eles estejam aptos a trabalhar dentro da legalidade e seguindo procedimentos rígidos para que a cadeia não seja perdida novamente”, explica o coordenador do FTIP.
Mauro observa ainda que, além de capacitar os servidores, a força tarefa também atua juntos aos governos fazendo recomendações para que estrutura do local seja adequada e os agentes sejam devidamente equipados.