Da Comunicação Sinpol-DF
Apesar do dia a dia de trabalho lidando com inúmeras situações de violência, o espírito de boa vontade e empatia continua vivo entre os policiais civis do DF. Em mais uma demonstração de afeto e gentileza, no último sábado, 17, dez policiais fizeram a entrega de mais de cem brinquedos para crianças carentes do Distrito Federal.
O grupo foi formado por instrutores de Operações de Atividades Policiais da Academia de Polícia Civil (APC), mais conhecidos como instrutores de Armamento e Tiro. No entanto, com o pagamento de uma taxa, mais de 40 policiais, tomados pelo espírito natalino, colaboraram com a iniciativa.
Toda a arrecadação foi destinada a uma manhã de alegria para as 90 crianças atendidas pela Creche Alecrim, localizada na Estrutural. Além dos brinquedos entregues a cada uma, parte do valor também foi investido na compra do lanche que os instrutores dividiram com os pequenos, além de produtos de limpeza para manutenção da creche.
A visita começou às 8h30 e seguiu até as 12h. O policial civil Thallys Mendes Passos, um dos idealizadores da atitude, explica que outras organizações que realizam ações sociais semelhantes serviram de inspiração para o grupo.
“Nós sempre vemos algumas organizações fazendo essas ações e, geralmente, são grupos que se identificam de alguma forma, como nós que somos instrutores da Academia”, pontua Thallys. “Todo ano nós fazemos nossa confraternização, mas, dessa vez, pensamos em, além do nosso encontro, também ajudarmos alguém que precisa”, explica o agente de polícia.
INSTITUIÇÃO
A Alecrim foi escolhida pelos policiais por sua história inspiradora. Ela existe, formalmente, desde 2012 e atende a crianças de sete meses a seis anos em situação de vulnerabilidade. Elas ficam na instituição das 8h às 17h para que as mães e pais possam trabalhar, na maioria das vezes, no aterro sanitário da localidade – o Lixão da Estrutural, como é conhecido.
Todos os funcionários que trabalham na Alecrim são voluntários e a creche sobrevive de doações, como as que foram feitas neste sábado. Wencelsau Gomes, administrador do espaço, reforça que as visitas e doações são muito importantes para a instituição e para as próprias crianças.
“A presença deles aqui foi uma experiência maravilhosa, inclusive, para que as crianças enxerguem a Polícia como uma instituição que existe para o bem delas”, ressalta Wencelsau. “Eles passaram a manhã brincando e explicando seu trabalho, e com essa interação, mesmo sem querer, acabaram reforçando nas crianças a ideia de que são verdadeiros heróis”, garante.
DIFERENÇA
A policial civil aposentada Sueli do Monte, que também participou da entrega dos presentes no sábado, conta que é um costume seu procurar dar suporte a instituições como a creche. Ela descreve seu lado humano e origem humilde como os fatores que a impelem a querer ajudar.
“O nosso dia a dia como policiais tem muitas coisas pesadas, por isso ações como essa também têm um impacto muito positivo para que não percamos a nossa humanidade”, afirma Sueli. “Nós fomos recebidos com muito carinho pelas crianças, que queriam nos abraçar, brincar e conversar conosco. Eu me emocionei várias vezes. Foi um dia muito legal para todos os envolvidos”, relata.
Para Thallys, a experiência lhe permitiu colocar em perspectiva seus próprios problemas e a situação que o Brasil enfrenta. “O país está passando por uma crise muito forte e nós vemos que isso é pior para as pessoas mais carentes. Com essa visita, nós recebemos mais do que eles, porque vimos que mesmo com pouco, é possível fazer a diferença na vida dos outros”, reflete.
O impacto entre os policiais foi tão positivo que eles pretendem dar continuidade à iniciativa de forma periódica, como adianta o agente de polícia Bernardo Neto. “Nós pretendemos manter a ação, inclusive, depois do Natal, buscando, ao longo do ano, outros locais que também precisam”.
“Além de continuarmos com o grupo, queremos, na verdade, sensibilizar toda a PCDF, para que delegacias e outras unidades também se estimulem a realizar ações semelhantes, buscando instituições onde reconheçam a necessidade, como creches e asilos, para que sejam beneficiárias de iniciativas como essa”, revela Neto.