Da Comunicação Sinpol-DF
O trabalho realizado pelos peritos criminais no âmbito da investigação criminal e os profissionais que sustentam essa área foram homenageados em uma sessão solene nesta segunda-feira, 5, no auditório do Complexo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
O evento é alusivo ao Dia do Perito Criminal, comemorado no último dia 4, e foi promovido pelo gabinete do deputado distrital Cláudio Abrantes (Rede), que também é policial civil do DF.
Ao abrir a cerimônia, o parlamentar enfatizou a importância de solenidades como essa para a valorização da polícia, mesmo em momentos de crise como ocorre atualmente – uma menção à luta que a categoria empreendeu nesses últimos meses com o Governo do Distrito Federal (GDF) para a manutenção da isonomia com a Polícia Federal.
“A Polícia Civil vive, agora, um momento delicado com a falta de estímulo e de reconhecimento do governo. Essa homenagem é um pequeno acalanto, um reconhecimento de toda uma trajetória dedicada à instituição”, discursou o deputado.
O presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, também destacou a importância de prestar homenagens à relevância do trabalho desenvolvido pelos peritos criminais para o funcionamento da PCDF, juntamente com os demais cargos.
“O nosso entendimento é de que os resultados e objetivos da PCDF se dão em razão do trabalho que cada um dos cargos faz. Nesse momento, passamos por uma grave crise institucional, uma falta de valorização muito grande e falta de investimentos. Nós vamos aproveitar esse momento para ressaltar que é preciso investir mais, na Polícia Civil como um todo, e na perícia criminal, para que a sociedade seja beneficiada”, ponderou Gaúcho.
PROFISSÃO
O diretor do Departamento de Polícia Técnica da PCDF, Paulo Vilarins, discursou sobre o trabalho exercido pelo perito criminal e a sua proximidade com riscos na investigação de homicídios. Ele usou esse momento para comentar o caso do colega de profissão Paulo Ferreira Carvalho, que morreu após um acidente com arma de fogo em função do serviço.
“Nós trabalhamos com a morte, mas não somos insensíveis a ela e eu gostaria que todas as vezes que formos homenagear o dia do perito criminal, nos lembrássemos do nosso colega Paulo de Pereira Carvalho que faleceu tragicamente em um acidente utilizando arma de fogo, pois todos estamos sujeitos a isso”, lembrou Vilarins.
O diretor do Instituto de Criminalística (IC), Gustavo Dalton, aproveitou o momento para parabenizar as iniciativas de inovação do IC no sentido de contornar obstáculos, como o efetivo insuficiente, e se disse “esperançoso” de novas conquistas.
O presidente do Sindepo, Rafael Sampaio, também se declarou esperançoso e ressaltou a importância da união dos cargos. “Quero crer que no ano que vem estejamos comemorando conquistas aqui. É fundamental, em um momento como esse, nos reunirmos para conseguir destravar a resistência do governo”, sugeriu.
Bruno Telles, o presidente da ABPC, posicionou-se sobre a crise atualmente vivida na PCDF e a resiliência que isso exige dos profissionais da instituição. “Eu consigo visualizar que, dentro do Instituto de Criminalística, nós estamos passando por uma mudança de cultura. Nós aprendemos a ver que crise é oportunidade e a trabalhar nela. Eu não tenho dúvidas que vamos amadurecer, ficar mais fortes e superar tudo isso”, assegurou.
O presidente da Associação dos Peritos Médicos-Legistas de Brasília (ABrML), Aluísio Trindade Filho também participou da cerimônia e parabenizou a categoria.
HOMENAGENS
A solenidade também contou com um momento especial para homenagens a peritos criminais pelos serviços prestados à sociedade por meio da PCDF.
Heloisa Helena Silva de Magalhães, perita criminal aposentada, foi uma das homenageadas. “Eu me sinto muito valorizada e pertencente a uma instituição séria. É uma estímulo mesmo para quem já aposentou e também para a turma, que às vezes, eu percebo, parece desmotivada”, comentou.
Elizabeth de Oliveira, também aposentada, foi homenageada após integrar a mesa com os dirigentes das entidades de classe. “Eu estou feliz por essa homenagem, que é justa pois trabalhamos a vida inteira aqui. É um reconhecimento à toda jornada”, comemorou.
“É uma maravilha esse reconhecimento. É muito importante fazerem isso pelos policiais”, disse a perita criminal da ativa Flávia Andrade.
Admilson Gonçalves Júnior, perito há três anos foi prestigiar o evento e ser homenageado juntamente com toda a categoria. Para ele, independentemente de crise, o trabalho deve ser lembrado e celebrado.
“É um cargo muito importante e que tem muita relevância dentro da persecução penal. Por isso, nada mais justo do que comemorar este dia, reconhecer o que esse trabalho oferece à sociedade. É lamentável que o nosso governador não dê o reconhecimento para a Polícia toda como deveria, porém, nós não podemos esquecer do profissional que está trabalhando. Se pelo lado governamental ele não tem esse reconhecimento, a sociedade tem que saber que essa profissão existe e é muito importante”, frisou.