Livro se respalda nos estudos do mestrado do autor, o delegado de polícia Reinaldo Lobo (Fotos: Arquivo Pessoal)
Livro se respalda nos estudos do mestrado do autor, o delegado de polícia Reinaldo Lobo (Fotos: Arquivo Pessoal)

Da Comunicação Sinpol-DF

O delegado de polícia Reinaldo Lobo se prepara para lançar seu primeiro livro, intitulado “Cultura de plantas psicotrópicas proibidas no Brasil – Confisco de terras e debates em direitos e princípios fundamentais”. O lançamento ocorrerá nesta sexta, 9, no Goiânia Shopping, às 18h30.

Lobo, que está na PCDF há 11 anos, relata que desde a época da faculdade desejava ser policial civil. “Fui escrivão e tive esse contato com a polícia durante a faculdade. Passei no concurso da Polícia Civil do Goiás, mas não pude assumir e, depois de me formar, fui aprovado no concurso da Polícia Civil do DF”, comenta.

Lançamento ocorre nesta sexta, 9, em Goiânia
Lançamento ocorre nesta sexta, 9, em Goiânia

O delegado é mestre em Direito Agrário e Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Mesmo depois de ingressar na PCDF, ele continuou estudando e se aprofundando. “Cultura de plantas psicotrópicas proibidas no Brasil”, por exemplo, é o fruto de uma pesquisa desenvolvida por Reinaldo em quatro anos para o mestrado em Direito. “Eu apresentei a pesquisa e ela foi indicada para publicação”, acrescenta.

O livro conta com presenças ilustres, como a do ex-secretário da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Luiz Guilherme Mendes de Paiva. O prefácio e a contracapa são assinados pelo escritor vencedor do prêmio Jabuti, Edival Lourenço. Há, ainda, entrevista com vários especialistas no assunto.

“Cultura de plantas psicotrópicas proibidas no Brasil” também é o primeiro livro nacional a abordar o tema. Segundo Reinaldo, a relação com a literatura se deve ao avô. Escritor premiado, ele costumava levar o neto em suas homenagens e lhe recomendava livros. “Graças a esse contato com ele, sempre fui muito próximo da escrita”, pontua.

Em 2011, Reinaldo ganhou destaque na mídia depois de relatar um crime em forma de poesia, gênero pelo qual ele é reconhecido como membro da União Brasileira dos Escritores. Ainda no âmbito do combate às drogas, ele participou do filme “Três Caminhos”, de Maurício Cruz, onde atuou justamente como delegado ao lado do ator global Eriberto Leão.

OBRA

A escolha desse tema para o livro se deu, sobretudo, pelo conhecimento que o delegado já possuía e pela adequação do tema ao seu mestrado. A obra explora oito plantas psicotrópicas proibidas no Brasil, trazendo fotos coloridas e entrevistas para apresentar um “debate nacional com opiniões contrarias e favoráveis”, como explica Lobo.

“A ideia é aprofundar [o debate] principalmente na questão do confisco, pois, hoje, no Brasil, não há um posicionamento firme sobre isso. É o caso da apreensão de plantações dessas espécies: não há um posicionamento concreto se toda a terra deve ser confiscada, ou apenas a parte plantada”, frisa.

No trabalho de pesquisa, o delegado se deparou ainda com situações inesperadas. Uma em especial gerou uma descoberta essencial para o livro: em 2011, Reinaldo participou da apreensão de um homem que cultivava plantas com substâncias psicotrópicas.

À época, a pesquisa dele contava com sete plantas monitoradas no Brasil – graças ao trabalho na PCDF, ele descobriu a oitava. “Eu conversei com ele como pesquisador e ele me indicou livros para a minha pesquisa. Também me falou que havia uma oitava planta que já estava sendo comercializada, a Sálvia. Em 2012 a Anvisa incluiu essa planta nos seus controles”, narra. “Isso demonstra que, na atividade policial, muitas vezes estamos a frente e entendemos as necessidades da população antes mesmo que as demais carreiras do Estado”, completa.

Para o futuro, o policial já tem um projeto de tese de doutorado montado, no qual irá pesquisar a atuação e o trabalho desenvolvido pela PCDF.

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