Da Comunicação Sinpol-DF
Reunidos em assembleia convocada pelo Sinpol-DF para a tarde desta sexta, 9, os policiais civis decidiram pela manutenção da operação “PCDF Legal”, iniciada há dois meses, até a próxima sexta, 16.
A medida se respalda na falta de avanços nas negociações com o Governo do Distrito Federal (GDF), que não apresentou proposta na audiência de conciliação ocorrida no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
O encontro ocorreu antes da assembleia e reuniu dirigentes do Sinpol-DF, Sindepo-DF e do Ministério Público (MPDFT). Quando questionados pelos promotores, os representantes do GDF apenas sustentaram a proposta da semana passada.
“Mais uma vez, o governo frustrou a categoria ao não trazer nada de novo”, anunciou Rodrigo Franco “Gaúcho”, presidente do Sinpol-DF.
O posicionamento do GDF, porém, levou os representantes do TJ e do MPDFT a se manifestarem em favor da categoria e exigirem que o governo apresente uma proposta nas mesmas condições da Polícia Federal, conforme reivindicado pelos policiais civis: 37%, em três anos.
“Embora a postura do GDF seja frustrante, a do Judiciário é resignante. O governo não tem levado a Segurança Pública a sério, preferindo guerrear conosco, e foi isso o que sempre deixamos claro. Nós temos tido um tratamento diferente das demais categorias, que avançaram nas suas carreiras e nós ficamos de fora”, acrescentou Gaúcho.
Uma nova audiência de conciliação ocorrerá na próxima sexta, 16, quando também deve ser convocada uma nova assembleia.
Nesse meio-tempo, a diretoria se articulará com deputados distritais e federais, reforçará as visitas às delegacias e se reunirá com o secretário da Fazenda, João Fleury, para analisar os números da nova proposta.
OPERAÇÃO
Para o presidente do Sinpol-DF, a postura adotada pelo Tribunal de Justiça e o Ministério Público atestam que a mobilização da categoria por meio da “PCDF Legal” tem dado certo.
“A operação colocou essas instituições e a população ao nosso lado, porque ela tem funcionado dentro da lei. Por isso, temos que continuar com ela. Estamos no caminho certo”, defendeu Gaúcho.
Paulo Sousa, secretário geral do sindicato, manifestou-se sobre a questão adotando o mesmo posicionamento. “Essa postura do Judiciário é importante; foi preciso o Ministério Público e a desembargadora exigirem uma proposta pois a que o GDF havia apresentado não é plausível”, explicou.
“Precisamos manter a mobilização da categoria. Esse movimento é de todos os policiais civis”, frisou Paulo.
O advogado do Sinpol-DF, Renato Barros, destacou que a postura da diretoria, na audiência de conciliação, foi firme e também contribuiu para a manifestação das duas instituições junto ao GDF. “Houve um avanço, as coisas tendem a melhorar. Vamos chegar a uma proposta plausível na próxima semana”, antecipou.
DELIBERAÇÕES
A fim de intensificar as ações da “PCDF Legal”, a cartilha da operação será acrescida das recomendações que o sindicato lançou nesta manhã com procedimentos a serem adotados pelos policiais civis diante da operação Redução de Índice de Criminalidade, deflagrada pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
A categoria deliberou, ainda, pelo fechamento dos Postos de Identificação que estejam funcionando com menos de três peritos papiloscopistas. O Sinpol-DF vai instalar um “mortômetro” e um “criminômetro” para expor à população, diariamente, o aumento da criminalidade – atualmente, 880 crimes são registrados por dia no DF.
Nesse sentido, as delegacias receberão caixões funerários que exibirão o número de ocorrências registradas em cada localidade.
Os policiais civis presentes à assembleia – 2,5 mil – votaram ainda pela contratação de carros de som, a serem distribuídos nas cidades vizinhas, para explicar o pleito da categoria à sociedade e cobrar um posicionamento do governador.
Também foi decidido que a verba prevista para custear o evento anual de aniversário do Sinpol-DF e confraternização de fim de ano – o tradicional baile – será redirecionado para custeio de ações de mobilização dentro da “PCDF Legal”. O sindicato também vai questionar, na Justiça, a legitimidade do GDF para legislar sobre a remuneração dos policiais civis.
Na próxima quarta, 14, ocorrerá uma manifestação no Complexo da Polícia Civil do DF para exigir o fechamento das delegacias nos horários em que o delegado-chefe estiver ausente.
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