Da Comunicação Sinpol-DF
Os quatro mil policiais que compareceram à Assembleia Geral Extraordinária convocada pelo Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) na tarde de quinta-feira, 1º de setembro, rejeitaram por unanimidade a proposta apresentada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na quarta, 31.
Os índices sugeridos quebram a isonomia com a Polícia Federal (PF), cuja manutenção é a principal reivindicação da categoria nesse momento. Diante dessa postura do GDF, o grupo decidiu pela manutenção da “PCDF Legal”, deflagrada há dois meses, com ações ainda mais intensas.
Rodrigo Franco “Gaúcho”, presidente do Sinpol-DF, argumentou que os policiais civis não estão interessados em nada menos do que o envio da mensagem nas mesmas condições do acordo fechado entre a PF e o governo federal.
“O GDF tem dito que dessa forma é impossível encaminhar a mensagem e tem cobrado uma contraproposta. Eles que devem fazer uma proposta mais próxima do que queremos. Nós temos que lutar por isso porque é o que vai recuperar, em parte, as nossas perdas salariais”, defendeu.
Gaúcho informou que na semana de 05 a 09 de setembro, devem ocorrer duas novas reuniões que vão buscar uma solução para o impasse em torno da isonomia. Na segunda, 5, entre o GDF, Ministério Público do DF e Territórios, Sinpol-DF e Sindepo-DF, e na sexta, 9, envolvendo os mesmos entes, além do Tribunal de Justiça (TJDFT), em uma audiência de conciliação relacionada à paralisação de 24 horas deflagrada pela categoria no dia 4 de agosto.
AÇÕES
Dentro do bojo de ações que vão incrementar a “PCDF Legal” estão a homologação de ocorrências apenas pelo delegado; a realização de perícias nos veículos encaminhados ao pátio dos institutos de Identificação e Criminalística apenas com agendamentos prévios feitos pelas Delegacias; a entrega de um ofício à Direção do Instituto de Identificação da PCDF reivindicando o fechamento dos Postos de Identificação que não tenham o mínimo três peritos papiloscopistas e outro ofício para a Direção Geral da PCDF cobrando a publicação das atribuições atualizadas e das normas para instituir um concurso de remoções na instituição.
Haverá, ainda, a criação de uma comissão que reunirá um grupo de aposentados e policiais da ativa que são representantes sindicais para, em comitiva, visitarem as delegacias reforçando com os colegas as orientações da cartilha.
“A PCDF Legal é uma operação histórica. Nós estamos rompendo com o paradigma de fazer nossas manifestações só por paralisação e greve. Nós estamos alertando à sociedade para o sucateamento da Polícia Civil”, frisou “Gaúcho”. O presidente do Sinpol-DF ressaltou, contudo, que ações mais radicais como paralisações ou greve não estão descartadas.
Uma nova assembleia ficou definida para terça, 6, no Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG). De lá, os policiais civis seguirão em caminhada até o Congresso Nacional. O ato será marcado pela fixação de mais de mil cruzes que representam o número de mortes no DF durante a gestão do Governador Rodrigo Rollemberg.
APOIO
Os deputados Laerte Bessa (PR-DF) e Wasny de Roure (PT-DF) voltaram a manifestar apoio à categoria e criticaram a maneira como o GDF vem conduzindo as negociações. Bessa, que é delegado aposentado e defendeu a isonomia. “Essa proposta é ridícula. Nem pode ser considerada assim”, lamentou.
Para Wasny, o governador Rodrigo Rollemberg está perdendo a oportunidade de demonstrar compromisso com os policiais civis. “A isonomia é uma conquista trabalhista. Mantê-la é demonstrar respeito ao excelente trabalho prestado por cada um de vocês”, ponderou.
Dirigentes do Sindepo e da Adepol compareceram à assembleia para reiterar que todas as entidades estão coesas. Rafael Sampaio, vice-presidente do Sindepo, comentou que a entidade, assim como fez o Sinpol-DF, vai cobrar na Justiça a publicação das exonerações. “Nós estamos juntos nesse movimento e vamos adiante até as últimas consequências”, afirmou.
“MORTE” DA SEGURANÇA
Logo após as deliberações, as bases do Sinpol-DF e do Sindepo-DF realizaram uma grande manifestação em frente ao Palácio do Buriti. Um caixão foi queimado em referência à “morte” da política de Segurança Pública do Distrito Federal.
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