Em meio a déficit de 4 mil policiais, GDF nomeia 101 novos servidores

Da Comunicação Sinpol-DF

Na manhã desta quarta-feira, 23, ocorreu a cerimônia de posse dos novos servidores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ao todo, foram 101 profissionais – 18 escrivães e 83 agentes de polícia – que passaram a compor o quadro da instituição.

Os recém-empossados serão distribuídos em Delegacias de Polícia (DP) das 31 regiões administrativas. Rodrigo Franco “Gaúcho”, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), ressalta, no entanto que o concurso foi feito para que todos tomassem posse antes da Copa de 2014.

“Ao longo desses dois anos, a luta do sindicato foi constante”, garante o presidente do sindicato. “Ainda durante o curso de formação, o Sinpol lançou campanha em outdoors cobrando a imediata nomeação dos 1200 aprovados”, lembra.

Além de incluir o pleito nas pautas de reivindicação durante os protestos e paralisações, o Sinpol-DF também lançou diversas campanhas nas redes sociais e retiradamente alertou a impressa local para o quadro deficitário da PCDF.

Em maio de 2015, o presidente do sindicato chegou a fechar os portões de uma delegacia que estava em situação de risco por conta da falta de contingente. Após o ato, apenas 48 policiais foram nomeados.

No último mês de janeiro, na solenidade de criação da delegacia de combate aos crimes de intolerância, o Sinpol-DF também fez um protesto em frente ao Palácio do Buriti – destacando as incongruências de serem criadas novas delegacias sem que o contraponto da recomposição dos quadros. Na ocasião, foi anunciada a convocação dos policiais civis nomeados nesta quarta.

CALENDÁRIO

Durante a cerimônia, realizada no auditório da Direção Geral da PCDF, o governador Rodrigo Rollemberg, finalmente, comprometeu-se com um calendário de nomeações para os demais aprovados no concurso homologado em 2014.

Serão 155 convocados no mês de junho e mais 155 em julho – 25 escrivães e 130 agentes em cada. Para isso, no entanto, será necessário prorrogar o prazo de validade do concurso, que se encerra dia 27 de junho.

Durante seu discurso, Rollemberg lembrou que a posse de todos os aprovados no primeiro ano de mandato foi uma de suas promessas de campanha, mas colocou as dificuldades orçamentárias do DF como justificativas para a demora.

“Estamos muito felizes, porque aos poucos vamos equilibrando financeiramente o Distrito Federal, o que está permitindo fazermos ações importantes como essa”, alegou Rollemberg. “Com isso, estamos melhorando o efetivo da Polícia Civil e a qualidade da segurança pública no DF”, acrescentou.

QUADRO

Gaúcho reforça, por outro lado, que PCDF trabalha hoje com apenas metade da sua capacidade de recursos humanos. “Não podemos nos contatar apenas com essas nomeações, pois a necessidade é muito maior. Os novos policiais aliviam um pouco a necessidade, mas não resolvem o nosso problema de falta de efetivo”.

“Em 2015, nós tivemos 300 aposentadorias na Polícia Civil e, agora em 2016, a previsão é de mais 300 – ampliando ainda mais a lacuna que totaliza cerca de quatro mil cargos vagos na instituição”, pondera Gaúcho.

“Além de novos concursos, é importante deslocar os policiais civis das atividades-meio, da prática administrativa, para a investigação”, sugere o presidente do Sinpol-DF.

Apesar de estar atuando há pouco menos de um mês na PCDF, para a recém-empossada Camila Verneque, a necessidade de ampliação do quadro já é evidente. “Em todas as delegacias é unânime que a recomposição do efetivo é urgente. Cada policial que entra faz muita diferença”, analisa.

CELEBRAÇÃO

“A expectativa era muito grande, mas também foram muitas frustrações. Ao longo de dois anos, nós vimos muitas promessas de cronogramas que nunca chegavam”, lembra Camila Carneiro, que faz parte da PCDF desde o último dia 29. “Integrar a Polícia Civil sempre foi um sonho, por isso estou muito realizada agora”, conclui.

“Foi uma luta extensa até que chegássemos a este dia”, pontuou Diogo Dias, um dos integrantes da comissão de aprovados. Ele reconheceu ainda a importância do apoio que sempre tiveram do Sinpol-DF. “No início, principalmente, quando ainda estávamos perdidos, o apoio do sindicato foi essencial para nos dar uma direção”, ressaltou.

“Foram mais de dois anos batalhando para que o governador reconhecesse que a Segurança Pública é importante e que Polícia Civil precisava muito desses novos servidores. Por isso esse evento traz muita alegria para a gente”, concluiu Dias.

“A dedicação, a organização e o respeito que eles têm empregado na sua justa reivindicação fizeram com que esse momento pudesse chegar”, destacou o deputado distrital Claudio Abrantes (Rede). “Por tudo isso, não tenho dúvida alguma de que essa turma vai dar muito orgulho para o Distrito Federal e para a Polícia Civil”, anunciou.

JUNTOS SOMOS FORTES!