Começou nesta segunda, 22, mais um ciclo de visitas da diretoria do Sinpol-DF às delegacias. A iniciativa reforça o estreitamento da relação entre o sindicato e a base, a fim de fortalecer o diálogo com os colegas policiais civis, buscando ouvi-los sobre as necessidades e informá-los da luta sindical.
As primeiras delegacias visitadas foram a 12ª e a 17ª, ambas em Taguatinga. Na conversa com os policiais civis, o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, fez um panorama sobre a atuação da entidade no último ano, além de destacar quais serão as bandeiras de luta para 2016.
Gaúcho voltou a reforçar que este ano será de “muitas lutas”, o que demandará a mesma união que a categoria demonstrou durante a greve de 22 dias deflagrada em setembro do ano passado.
“O cenário é ruim. Será necessário nos mobilizarmos de todas as formas e nós faremos tudo conforme a categoria decidir: seja por uma paralisação, greve ou uma operação legalidade. Nós estamos no Sinpol-DF para lutar por melhores condições de trabalho para todos”, destaca Gaúcho.
Nos dois encontros, a diretoria expôs o posicionamento e o andamento das principais reivindicações da categoria, falando sobre o reajuste salarial, o auxílio-moradia previsto pela ELO 90/15, os grupos de trabalho de redefinição das atribuições e do concurso de remoção, a adesão ao plano de saúde Geap, a progressão funcional, a nomeação dos aprovados e os impactos da saída dos agentes policiais de custódia para o sistema prisional.
AUXÍLIO-MORARIA E SALÁRIO
O presidente do sindicato lembrou que o GDF não fez qualquer previsão de reajuste para a categoria. Até mesmo a emenda ao orçamento do governo, no valor de R$ 130 milhões, que o Sinpol-DF, após um intenso trabalho de articulação política, conseguiu que fosse aprovada pela Câmara Legislativa do DF para garantir o reajuste assim que o governo federal coloque a proposta à mesa está ameaçada.
“O Ministério do Planejamento está fechando a negociação com todas as categorias. A Polícia Federal já recebeu uma proposta. O GDF precisa abrir a porta para a nossa negociação, mas para isso nós teremos que forçar muito”, afirma Gaúcho.
Os diretores que participaram da visita reiteraram que a posição do grupo é pela manutenção da isonomia, sem deixar de lado a luta pelo auxílio-moradia.
Além da discussão jurídica, a ELO precisa ainda de uma regulamentação do GDF – que deve ser feita por decreto, onde estarão definidos valores e beneficiários. O sindicato insiste que só aceitará valores iguais para todos e não abrirá mão da inclusão dos aposentados.
ISONOMIA COM A PF
Os diretores ressaltaram que nada pode afastar a isonomia da Polícia Civil com a Polícia Federal. “Nós queremos a isonomia, o auxílio-moradia e todos os demais benéficos propostos. Mas em algum momento nós vamos ter que priorizar. Temos que refletir sobre isso”, sugeriu a diretora de Comunicação Celma Lima.
A diretoria ainda teceu críticas ao GDF em relação ao descaso com o déficit no efetivo – que com a saída dos agentes policiais de custódia agravará ainda mais a sobrecarga de trabalho. Essa foi, inclusive, uma preocupação recorrente dos policiais das unidades visitadas.
O sindicato tem buscado o avanço dos pleitos – desde os mais simples, como o ônibus que transportaria servidores do metrô até o Complexo da PCDF, aos mais elaborados, como o concurso de remoções. Nesta terça, 23, o Sinpol-DF voltou a cobrar cada ponto em uma reunião com Eric Seba.
“Estamos fazendo o nosso papel. Mas quando se fecha uma porta para o sindicato, fecha-se para toda a categoria. Isso não vai nos impedir de desempenhar o nosso papel; o sindicato não vai deixar de ser crítico”, assegura Gaúcho.
DIÁLOGO
A iniciativa do sindicato foi bem recebida pela categoria. O agente de polícia Janes Dean disse que a ação é positiva. “Essa conversa é importante para que a gente se prepare para o ano que começa. A polícia está carente de efetivo e de salário e nós teremos que ir à luta”, afirma.
A também agente de polícia Weslene de Barros considerou a visita como “produtiva e esclarecedora”. “Isso nos reanima, reacende a categoria e nos lembra da necessidade de nos mantermos unidos e prontos para a luta que teremos que enfrentar”, disse.
As visitas prosseguem durante toda a semana. Veja aqui o calendário com todas as datas.