Reunião para avaliação da greve - Paulo Cabral (26)
Gaúcho parabenizou os policiais pelo engajamento no movimento de greve (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)

Na tarde de quinta-feira, 4 de setembro, em reunião no auditório do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), a diretoria e os representantes sindicais conversaram sobre as experiências e dificuldades enfrentadas durante os três primeiros dias de greve, deflagrada no dia 1º de setembro.

O presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho, parabenizou o engajamento dos policiais civis que, principalmente nas unidades circunscricionais, aderiram maciçamente ao movimento. “Podemos dizer que 90 a 95% da nossa cartilha está sendo cumprida graças a vocês, policiais”, destaca.

Guilherme Rodrigues, representante sindical adjunto da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), conta que em sua unidade a maioria dos colegas está atuando para que o movimento alcance seu objetivo maior. “Na minha unidade todo mundo aderiu, 50% fica de manhã na porta do DPE e 50% fica na DCA”, diz.

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Paulo Sousa explicou que a Cartilha de Greve passará por atualizações sempre que necessário

Representante sindical da 13ª DP, em Sobradinho, Marcos Rogério Lima disse que, além de mobilizados, os colegas da 13ª têm educado à população, que sente os prejuízos da interrupção do serviço, sobre o intuito da greve. “O movimento está forte e a diretoria do Sinpol está orquestrando a greve com muita maturidade e competência. Na minha unidade, estamos unidos e orientando a população sobre os nossos direitos e sobre o que buscamos com a greve”, relata.

Para Fernando Rodrigues, diretor de Relações Sindicais adjunto do Sinpol-DF, o mais importante é que os representantes passem as informações deliberadas na reunião para os colegas de suas unidades. “Esperamos que os representantes passem todos os encaminhamentos para a base e discutam bastante com os colegas nas delegacias”, ressalta.

ATUALIZAÇÃO DA CARTILHA

Para melhor atender às questões levantadas pelos policiais durante o encontro, ficou definido que a Cartilha de Greve deveria ser atualizada em alguns pontos. Os representantes decidiram por incluir as ocorrências de desaparecimento de pessoas e as de fuga de presos ao restrito rol de crimes que poderão ser registrados durante o período de greve.

Além disso, ficou definido que, em caso de interceptações telefônicas, haverá apenas o registro, mas não o encaminhamento de diligências.

Segundo Paulo Roberto Sousa, secretário-geral do Sinpol-DF, mudanças como essas serão feitas à medida que forem identificadas as necessidades, mas só poderão ser feitas em reuniões ou assembleias convocadas para discutir o movimento e seus encaminhamentos futuros. “Só a assembleia pode decidir se a greve continua ou não. Vamos em frente, examinando cada passo que damos”, explica.

POSSÍVEIS MEDIDAS

Caso o movimento precise ser intensificado, os representantes sindicais concordaram com a possibilidade de entrega coletiva das chefias, entrega das armas e viaturas, não recolhimento de cadáveres mortos em decorrência de causas naturais, e realização, pela diretoria do Sinpol, de uma reunião de conscientização exclusiva com os chefes de seção.

Ainda ficou estabelecido que, se houver uma segunda fase do movimento, uma operação padrão pode ser deflagrada.

De qualquer maneira, para Gaúcho, para que a greve tenha sucesso, os policiais devem se solidarizar com a causa e não permitir que alguns carreguem mais responsabilidade do que outros em “uma guerra que beneficia a todos”, disse.

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