Foi encerrada nesta terça, 22, a greve dos policiais civis do Distrito Federal. A categoria decidiu interromper o movimento, iniciado no dia 1º deste mês, para fortalecer o trabalho de articulação política junto à Câmara Legislativa, ao Congresso Nacional e aos governos distrital e federal.
Esse trabalho é essencial à aprovação de pleitos e reivindicações dos policiais, como a aprovação do Projeto do Nível Superior, em tramitação no Senado. A decisão foi aprovada pela maioria dos 1.200 policiais que compareceram à assembleia realizada no Parque da Cidade.
O estado de união e mobilização dos policiais civis continua. A diretoria do Sindicado dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) não descarta uma nova mobilização ainda neste ano caso não haja avanços significativos nas negociações.
Além disso, os policiais civis, junto ao Sinpol-DF, vão concluir a proposta de uma Operação Legalidade. O documento está sendo trabalhado para uma aplicação de maneira permanente, a fim de se tornar uma cultura dentro da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
“Não estamos abandonando a luta. É um momento estratégico para nós. Vamos encerrar por agora e mudar a estratégia, com articulação política e voltarmos preparados para uma greve ainda mais forte se não formos atendidos”, esclarece o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho.
ESTRATÉGIA
Para esse trabalho de negociação nos poderes Legislativo e Executivo, tanto local quanto federal, serão formados grupos com diretores do sindicato, representantes sindicais e voluntários dispostos a colaborar nas visitas e reuniões que se pretende organizar.
O objetivo é atuar em várias frentes, a fim de conseguir obter vitórias nos pleitos da categoria.
“Essa nossa luta é mais do que justa; é necessária. Precisamos nos articular para não ficarmos de fora das negociações que estão em andamento. Conseguimos o apoio de deputados distritais e federais”, acrescenta o presidente do Sinpol-DF.
O secretário geral do Sinpol-DF, Paulo Sousa, reiterou o discurso de Gaúcho. Ele defendeu o fim da greve, por ora, para uma “maior atuação no cenário político”. “Já mostramos que estamos dispostos a lutar, a enfrentar todas as consequências por nossos direitos. Quando for preciso, vamos voltar mais fortes ainda”, assegura.
Fernando Ferreira, diretor de Relações Sindicais adjunto, disse que a palavra de ordem, a partir de agora, é estratégia. “Hoje, o que pretendemos é reunir nossas forças e voltar dentro da legalidade. Não podemos perder essa motivação”, diz.
PLEITOS
As reivindicações dos policiais civis permanecem na pauta da Sinpol-DF. Os policiais civis aguardam as negociações entre o governo federal e a Polícia Federal ganharem contornos mais definidos para, novamente, exigir o compromisso formal do governador do Distrito Federal com a manutenção da isonomia.
A manifestação favorável do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo) é vista como mais um reforço na luta pela continuidade do tratamento paritário entre as duas polícias.
O Sinpol-DF também continuará lutando por um aditamento à proposta de distribuição do Fundo Constitucional que preveja um aumento de pelo menos 15% na verba destinada aos Recursos Humanos da PCDF. O percentual previsto até o momento é de pouco mais de 3%, que cobre apenas a progressão funcional e, portanto, não representa ganhos aos policiais.
A nomeação dos mais de 400 aprovados, a majoração dos auxílios e a normatização do concurso de remoção com critérios objetivos dentro da PCDF também permanecerão como itens de reivindicação nessas negociações desenvolvidas pela diretoria do sindicato.
Tão logo surjam novidades nessas questões, a categoria será convocada para uma nova assembleia para deliberar sobre quais ações de manifestação deverão ser adotadas.
RESGATE
Ao fazer um balanço desses 22 dias, o presidente do Sinpol-DF destacou o maior legado da greve: o resgate da união, da autoestima e do espírito de luta dos policiais civis – aspectos essenciais para que qualquer movimento seja vitorioso.
“Deixamos claro para o governo, para a mídia e para a sociedade que a polícia está unida e forte no seu propósito principal, que é manter a isonomia que já existe, há décadas, entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. “Nossa mensagem foi bem clara: não merecemos um tratamento diferenciado ao que ocorreu nos últimos anos”, avalia Gaúcho.
Essa mobilização possibilitou, ainda, que a categoria pressionasse o governador Rodrigo Rollemberg a recebê-los. A Câmara Legislativa do DF (CLDF) foi uma importante aliada nessa questão.
“Nosso movimento forçou o governador a nos receber e abriu as portas da Câmara Legislativa, além de inserir a Direção-Geral da PCDF nas negociações, o que não ocorria antes. Temos que estar unidos ainda mais daqui para frente. A grande vitória depende da nossa união”, afirma Gaúcho.
JUNTOS SOMOS FORTES!