Greve dos policiais civis continua; Sinpol-DF recorrerá de decisão judicial

Cerca de três mil policiais civis do Distrito Federal votaram nesta sexta, 11, pela continuidade da greve iniciada há onze dias. Além das restrições já estabelecidas em outras assembleias, a categoria votou por suspender, a partir de então, as escutas telefônicas.

Durante o ato, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, o Gaúcho, informou que, diante dessa decisão, recorrerá da medida judicial que determina a suspensão do movimento.

A notificação foi recebida oficialmente na última quinta, 10, depois que a Direção Geral da Polícia Civil do DF (PCDF) levou o oficial de justiça até um dos diretores do Sinpol-DF.

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Uma nova assembleia será realizada na terça, 15, às 14h30, dessa vez no Complexo da Polícia Civil do DF (PCDF). Além de discutir a situação das negociações, caso haja algum avanço, os policiais civis vão fazer um ato de desagravo à Direção Geral da instituição.

“O que ocorreu à categoria, ontem, foi uma afronta. Estamos dispostos a manter a greve. Esta diretoria continuará na linha de frente, como já estamos desde o início”, avisa Gaúcho.

Veja o vídeo da TV Sinpol-DF:

INÉRCIA DO GDF

A continuidade da greve é resultado do tratamento dispensado pelo governador Rodrigo Rollemberg às reivindicações dos policiais civis. Embora o Sinpol-DF tenha buscado diversas alternativas para conseguir um encontro formal, a fim de discutir os pleitos, o governador permanece inerte.

“Nós não seremos incluídos em nenhuma proposta de reajuste que seja feita pelo governo federal enquanto o governador não cumprir a promessa de campanha, que é manter a isonomia histórica e legal entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. Ele tem se negado a receber uma entidade representativa de trabalhadores”, acrescenta o presidente do Sinpol-DF.

Gaúcho lembrou, inclusive, que as demais reivindicações da categoria neste momento – a nomeação dos aprovados e a normatização das remoções – não representam impacto financeiro. Mas mesmo assim, não há qualquer discussão no sentido de atendê-las.

“O discurso de que não há recursos é mentira. Estão tirando dinheiro do Fundo Constitucional que seria direcionado à Polícia Civil para pagar serviço voluntário da Polícia Militar. O governador precisa entender que investir apenas em policiamento ostensivo não resolve os problemas da Segurança Pública”, diz Gaúcho.

FALTA DE DIÁLOGO

Ao falar aos policiais, o vice-presidente do Sinpol-DF, Renato Rincon, também mencionou os desvios no Fundo Constitucional. Segundo ele, “não falta dinheiro, o que falta é gestão”.

“Todos vocês estão de parabéns pelo engajamento. Não podemos parar agora, ou ficaremos para trás. Vamos permanecer mais unidos do que nunca, pois estamos buscando aquilo que é justo”, assegura Rincon.

O deputado Wasny de Roure (PT) compareceu à assembleia representando a Câmara Legislativa. Ele afirmou que depois da reunião com o Sinpol-DF, a casa enviou o ofício solicitando o agendamento da reunião entre a diretoria do sindicato e o governador, mas que ainda não houve resposta.

“O papel do governador, nesse momento, não deveria ser de tentar acabar com a greve, mas sim de estabelecer um diálogo sério e transparente com a diretoria do sindicato. Os policiais civis do DF são fundamentais e fazem um trabalho exemplar. Não podem ficar em segundo plano”, defende o deputado.

CONTINUIDADE

O Sinpol-DF atualizou a Cartilha de Greve com as decisões da assembleia desta sexta. O documento já está disponível no site. Na segunda, 14, haverá uma reunião, na sede do sindicato, entre a diretoria e os representantes sindicais, presidentes de associação e chefes de seção.

JUNTOS SOMOS FORTES!