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Reunião na Secretaria de Relações Institucionais não provocou avanço nas negociações (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)

Os policiais civis do DF, em greve há uma semana, ainda aguardam um posicionamento formal do governador Rodrigo Rollemberg quanto às reivindicações da categoria. As negociações, porém, ainda continuam com a Secretaria de Relações Institucionais e Sociais (SRIS), mas sem grandes avanços.

Na tarde desta terça, 8, a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) voltou a se reunir com o secretário da SRIS, Marcos Dantas, o adjunto dele, Manoel Alexandre, e o diretor-geral da Polícia Civil do DF (PCDF), Eric Seba.

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Diretoria do Sinpol-DF insiste em um documento formal, assinado pelo governador, garantindo a manutenção da isonomia

A expectativa era a de que essa reunião ocorresse com o governador, conforme combinado na sexta, 4. No entanto, Marcos Dantas disse que isso ainda não foi possível por “problemas de agenda”. Ele relatou ter conversado com Rollemberg e que ele teria garantido que estenderá o reajuste salarial da Polícia Federal à PCDF.

“Não vamos fugir do que já vem ocorrendo: vamos tentar garantir que, em termos de reajuste, que seja o mesmo da Polícia Federal. O governador falou comigo ontem e disse assumir o compromisso em repassar o que for acertado”, explica o secretário.

INSTABILIDADE

Marcos Dantas avisou, ainda, que o governador vai receber os representantes dos policiais civis – embora não tenha traçado nenhuma data. “A gente precisa fazer essa interlocução o quanto antes; todos sabemos a importância de receber a categoria”, afirma.

O secretário também se prontificou a marcar, ainda nesta semana, uma reunião no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), com o secretário do Trabalho Sérgio Mendonça para, junto com a diretoria do Sinpol-DF, conhecer a proposta de reajuste que será apresentada pelo governo federal à PF.

Por outro lado, Marcos Dantas rechaçou a possibilidade de o GDF formalizar, por escrito, essa garantia da isonomia salarial entre a PF e a PCDF. Para ele, essa atitude causaria uma “instabilidade” nas demais categorias do serviço público distrital.

“Assinar um documento como esse, no contexto atual da governança, seria complicado. Nós já estamos aqui trazendo o recado do governador, não estamos negando nada. Esse é um compromisso que está apalavrado”, insiste.

OFÍCIO

Rodrigo Franco, o Gaúcho, presidente do Sinpol-DF, manifestou contrariedade em contar apenas com a palavra do governador. “Ele já deu a palavra dele durante a campanha e nós acreditamos. O que nós e todos os demais policiais esperam é um compromisso formal. O governo federal só vai estender a proposta da PF à PCDF se houver uma manifestação formal do GDF”, argumenta.

Gaúcho chegou a pedir que o próprio Marcos Dantas assinasse um ofício, como garantia, mas o secretário não aceitou.

O diretor da PCDF, Eric Seba, fez coro às alegações do GDF. “O governador também me deu a mesma garantia. Ele foi taxativo ao dizer que vai estender o que sair na PF à PCDF. O temor é que um documento assinado cause uma avalanche [no governo]”, diz.

A fim de quebrar a intransigência do governo, o diretor de Relações Sindicais adjunto do Sinpol-DF, Fernando Ferreira, lembrou que todos os governadores anteriores a Rollemberg se manifestaram formalmente à causa.

“Nós precisamos disso, pois é uma questão muito importante. Até os governadores que tinham menos raízes com o Distrito Federal nos deram esse apoio. Assinar essa mensagem é, além de um ato de gestão, um ato de cidadão”, pondera.

Isso, porém, não foi suficiente. Marcos Dantas voltou a repetir o mesmo discurso das dificuldades que o GDF encontra para fechar as contas. “Qualquer sinalização de reivindicação salarial formalizada vai se desdobrar em outras categorias. Acreditamos que a palavra vale muito mais que o papel. É preciso entender o momento que atravessamos”, reitera.

NOMEAÇÃO E REMOÇÕES

Os outros dois pontos de reivindicação dos policiais foram abordados, mas também sem resultados práticos. Eric Seba disse que vem negociando a nomeação de 120 aprovados (100 agentes de polícia e 20 escrivães) no último concurso para o mês de outubro. Os demais, seriam nomeados em 2016. Isso, porém, ainda está na esfera da possibilidade.

“Nós temos conversado sobre a grande necessidade desses policiais. Ainda há um impasse, mas nós estamos discutindo. O governador também sinaliza sensibilidade às nomeações”, garante o diretor da PCDF.

“Para o Sinpol falta vontade política, pois o governo já nomeou muitos servidores na Saúde e na Educação”, rebate Fernando Ferreira.

Quanto ao concurso de remoções, Eric informou que já existe um projeto para normatizá-lo. Ele alega, contudo, que haveria dificuldades para executar essa questão no momento atual. “Nós precisamos distribuir os novos policiais onde há necessidade”, acrescenta Eric Seba.

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