Nesta terça-feira, 26, a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) esteve presente em diversas Delegacias de Polícia (DPs) acompanhando a paralisação de 24 horas da categoria.
Ao longo de todo o dia, os diretores do Sinpol-DF estiveram na linha de frente, esclarecendo às pessoas que buscavam as delegacias o porquê da situação e dando suporte aos policiais – evitando que fossem penalizados por não realizarem o atendimento.
Conforme deliberado em assembleia na última quinta-feira, 21, os policiais civis paralisaram parte das atividades como forma de chamar a atenção do Governo do Distrito Federal (GDF) e da sociedade para a precariedade das condições de trabalho.
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“A luta hoje não é por reajustes salariais, mas em prol de um melhor atendimento à comunidade, que minimamente exige a adequação do efetivo à realidade populacional do DF”, esclarece o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho. “A população só tem crescido, mas o quadro de servidores da Policial Civil é o mais baixo dos últimos 20 anos”, acrescenta.
“Além de colocar em risco a vida dos policiais e demais cidadãos, esse déficit impede que as investigações sejam devidamente realizadas, o que gera impunidade e aumenta o sentimento de insegurança para todos os brasilienses”, acrescenta o presidente do sindicato.
ATENDIMENTO À POPULAÇÃO
Durante as 24 horas de paralisação, as Centrais de Flagrantes (Ceflags) registraram apenas ocorrências de flagrantes. Os policias foram orientados a indicar que as demais fossem encaminhadas às outras delegacias. Já essas DPs, por outro lado, só registraramm ocorrências criminais. Além disso, as investigações também foram paradas pelo mesmo período.
Segundo o presidente do Sinpol-DF, o balanço da paralisação é positivo. “Temos evidenciado uma adesão de 100% da categoria. Isso demonstra nossa união, mas também o descontentamento geral dos policiais com a situação da PCDF, que vive uma verdadeira crise”.
O agente de polícia Lima compartilha da mesma opinião. Lotado na 35ª DP, em Sobradinho II, o policial questiona as condições de trabalho na delegacia.
“Em geral, o plantão funciona aqui com apenas três policiais e quando surge a necessidade de alguma saída para ocorrência, apenas um permanece no balcão e isso acaba refletindo no nosso desempenho. O trabalho fica comprometido em função da falta de estrutura, mas também da desmotivação já que se alastra na categoria”, explica Lima.
Apesar de ter saído da 21ª DP, em Taguatinga Sul, sem o boletim de ocorrência pela clonagem do seu carro, a servidora pública Andréa Amaral se mostrou solidária a situação dos policiais civis.
“A segurança da população tem que ser considerada prioridade e a gente sabe que há quase 500 aprovados esperando pela nomeação, o que ajudaria bastante”, opinou Andréa, anunciando que também participaria, à tarde, da manifestação em frente ao Palácio do Buriti durante o julgamento da ação contra reajustes salariais.
OPERAÇÃO VIDA
A Operação Vida foi iniciada no dia 21. Trata-se da operação padrão que prevê, por exemplo, que as diligências sejam realizadas com o mínimo de três policiais nas viaturas. Também estabelece que as delegacias permaneçam sempre com, ao menos, três policiais no balcão e exige que o cumprimento de mandados de prisão seja feito com seis.
Tais recomendações se baseiam na doutrina operacional ensinada pela Academia de Polícia, mas têm sido negligenciadas em virtude da falta de pessoal nas delegacias.
JUNTOS SOMOS FORTES!