Ao todo, foram identificadas 20 pessoas envolvidas no esquema; traficantes movimentavam aproximadamente R$ 10 milhões | Foto: Gabriela Gallo

Do Mais Brasil News

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 4, uma operação de tráfico de drogas a qual a PCDF acredita ser a maior organização criminosa de tráfico de cocaína da capital federal.

A PCDF investigou dois núcleos: um em Telebrasília e outro em Samambaia, envolvendo dois irmãos. O responsável pelo tráfico em Telebrasília ajudou a eleger uma conselheira tutelar – a qual está presa temporariamente – através da promoção de eventos na cidade.

Essa conselheira já era procurada pelo Estado de Goiás por participar de organização criminosa em Goiás. Os familiares desta conselheira também estavam envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro.

Até agora, 15 pessoas foram presas por mandados de prisão. Somadas as prisões em flagrante, 20 pessoas estão envolvidas no esquema. Dentre elas, foi identificado um farmacêutico que, segundo as apurações, oferecia insumos aos traficantes.

Foi constatado que entre os criminosos eram movimentados aproximadamente R$ 10 milhões. Foram apreendidos um total 500kg de cocaína (divididos em duas partes, uma onde se foi apreendido 200kg e outra parte que apreendeu 300kg), 15 veículos – dentre eles, dois Porsches e veículos de alto custo – e armas de fogo, como fuzis e resolveres.

A Operação – que segue a 3 anos pela Coordenação de Repreensão as Drogas (CRD) – foi uma parceria da PCDF com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Dos 350 policiais envolvidos no esquema, também estavam envolvidos policiais de Luziânia e Aguas Lindas de Goiás.

Os suspeitos são indiciados pelos crimes de tráfico de drogas interestadual, organização criminosa, lavagem de dinheiro e práticas mafiosas, visto que os traficantes andavam juntos com frequência e como uma ‘família’, semelhante a máfia.

Lavagem de dinheiro

A organização criminosa de Brasília estava envolvida com outra organização de Minas Gerais, que prestavam serviços de lavagem de dinheiro pro Brasil inteiro. A organização mineira foi finalizada por outra operação policial, em 2021. Eles usavam a mesma estrutura dessa organização para manter o esquema.

Além de tráfico de entorpecentes, a organização também é indiciadas por lavagem de dinheiro. Os criminosos tinham negócios lícitos no DF, porém estes misturavam o dinheiro de seus respectivos negócios com o dinheiro que conseguiam com o tráfico, de forma a simular que o valor somado aparentasse ser lícito, e não dinheiro vindo de crimes.

Nesta quarta, 21 contas bancárias foram bloqueadas. Também foram cumpridos 35 mandatos de sequestro judicial de bens móveis. “A estratégia é sempre essa: adquire-se móveis em nomes de terceiros para que não venha a tona quem é realmente o proprietário do imóvel”, explica o delegado responsável pelo caso, Paulo Francisco Pereira.

O delegado explica melhor como era feiro esse sequestro judicial. “Eles adquiriram esses imóveis, estava documentado esses imóveis. Há provas de que esses imóveis foram adquiridos através de terceiras pessoas, então eles usavam esse artifício. Inclusive, os pagamentos foram feitos através de terceiras pessoas. Por exemplo: uma casa foi adquirida em determinada região de Brasília. Quem compareceu a uma agencia bancária e levou cerca de R$ 300 mil reais para pagar uma parcela da casa foi um funcionário da oficina de um desses cidadãos, que não tem condições financeiras para fazer isso. Então eles usaram as pessoas que estão em graus ‘menores’ dentro da organização criminosa para comparecer em agencias bancárias para levar dinheiro vivo para adquirir esse bens. E a maioria deles em nome de terceiros”.

Como a polícia descobriu o caso?

Perceberam movimentações financeiras suspeitas por funcionários de uma empresa de lanternagem – técnica para consertar os amassados em veículos. Essas movimentações iram para pessoas e empresas localizadas em regiões que fazem fronteira com a Bolívia.

O dono dessa empresa foi identificado como o líder do grupo, e transportava cocaína do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul para o Distrito Federal. Os suspeitos foram identificados por oferecer transportes e batedores para os carregamentos das drogas.

Portanto, os traficantes pegavam a droga no Mato Grosso, levavam para Minas Gerais e depois chegavam em Brasília para vender as drogas no Distrito Federal, em especial em Ceilândia. Como o esquema ficava nesse ciclo, a polícia seguiu o caminho inverso e chegou até os traficantes.

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