Do Metrópoles

A Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) começou uma intensa preparação para investigar delitos praticados no âmbito virtual, especificamente pelo meio do aplicativo Telegram. Com o apoio da polícia francesa, os investigadores da especializada utilizarão novas ferramentas e desenvolverão técnicas para apurar golpes, disseminação de fake news, além de crime eleitorais.

A forças policiais francesas ganharam experiência na investigação de crimes praticados por meio da plataforma, já que o Telegram tem mais usuários que o WhatsApp no país. O principal objetivo da DRCC é aprimorar as técnicas para identificação de usuários autores de possíveis crimes, entre eles os golpes financeiros envolvendo criptoativos.

A troca de informações e experiências entre as duas polícias já começou a surtir os primeiros efeitos. Uma ferramenta usada para a apuração dos casos foi enviada pelos franceses. “É uma forma de nos prepararmos com antecedência não apenas para o período eleitoral, como também para elucidação de novos casos envolvendo outros crimes”, explicou o delegado-chefe da DRCC, Giancarlos Zuliani.

Deputados distritais
Mesmo antes de oficialmente a campanha eleitoral começar, pelo menos dois deputados distritais estiveram na DRCC para denunciar ataques políticos cometidos por meio do aplicativo. Ao contrário do WhatsApp, que tem um escritório de negócios no Brasil, o Telegram não tem sede nem representante legal no país. Apesar de ter sido criada na Rússia, a empresa tem sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O aplicativo ganhou muitos usuários no Brasil durante o apagão operacional sofrido pelo WhatsApp em outubro de 2021, e nos episódios de anos anteriores em que o app de propriedade da Meta, ex-Facebook, foi bloqueado pela Justiça por não prestar informações.

O Telegram atinge 53% dos celulares do país. Esse número é citado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. Uma das principais características do Telegram é a disseminação de mensagens em larga escala. Para efeito de comparação, o WhatsApp limita os grupos a um total de 256 pessoas enquanto o concorrente permite uma capacidade máxima de 200 mil usuários.

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