Uma quadrilha especializada no parcelamento de terras em áreas do Altiplano Leste, Paranoá e Gama foi alvo de ação da Polícia Civil nesta terça-feira (17/12). A Operação Beirute, deflagrada pela Delegacia do Meio Ambiente (Dema), cumpriu 29 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão nos locais citados. Seis pessoas foram detidas.
De acordo com a titular da Dema, Mariana Almeida, o grupo era investigado desde fevereiro e ao menos um participante foi preso em flagrante à época. Após a prisão, a delegacia passou a receber denúncias de que os demais integrantes continuavam a ameaçar moradores e a agir de forma violenta.
“Eles agiam com muita truculência, usavam armas de fogo para intimidar os moradores e, em uma ocasião, no intuito de expulsar uma pessoa que estava ocupando a área da chácara que eles queriam parcelar, chegaram a colocar fogo no barraco, que acabou se alastrando e ocasionou também dano ambiental”, relatou a delegada.
Segundo a investigação um dos presos é topógrafo. Ele era o responsável por identificar áreas mais nobres de acordo com seus conhecimentos técnicos. Alguns dos parcelamentos se encontram próximos a condomínios já regularizados. Para a polícia, o bando acreditava que assim também conseguiria legalizar os lotes.
Em uma das ações, os bandidos chegaram a lucrar R$ 500 mil com a venda de uma chácara no Paranoá. Segundo a delegada, os pagamentos eram feitos com veículos de luxo, apartamentos e salas comerciais.
Ainda conforme Mariana Almeida, os integrantes da quadrilha “terceirizaram” o esquema de grilagem na região do Altiplano Leste por considerar que estariam “queimados” no local. Além disso, buscavam cartórios no Entorno do Distrito Federal para autenticar documentos falsos.