Sete pessoas que integravam um grupo suspeito de furto, roubo e receptação de carga roubada foram presas pela Polícia Civil do DF (PCDF) nesta quinta-feira (3). Por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), a operação denominada de Carga Pesada cumpriu os mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Segundo investigações, oito pessoas com idades entre 25 e 59 anos fazem parte do grupo — portanto, um deles ainda está foragido. Eles são suspeitos de revender as mercadorias do gênero alimentício em comércios espalhados por todo o Distrito Federal, produtos estes que eram provenientes de roubo e furto.
As prisões aconteceram no DF e em Águas Lindas de Goiás-GO. O líder, Eduardo Fidelis, de 42 anos, foi preso em Águas Claras. Segundo a PCDF, ele levava rotina de alguém da classe média alta. Durante as buscas, a polícia encontrou algumas porções de droga.
Conforme explica o coordenador da Corpatri, André Luis Leite, a organização criminosa era investigada em 2018 — alguns membros chegaram a ser presos. No entanto, eles conseguiram liberdade e voltaram a cometer crimes, tornando-se especialistas em furto, roubo e receptação de carga, segundo o delegado. Ao que as investigações indicam, o grupo era hierarquizado e havia divisão de tarefas entre eles.
Uma carga de óleo roubada ajudou a polícia a linkar as ocorrências de 2018 com as atuais. “A gente descobriu uma carga de óleo que eles haviam roubado no estado de Goiás e estava ocultada em Taguatinga. A partir daí descobrimos que se tratava da mesma organização criminosa”, explicou André Luís Leite.
Em seguida, os agentes descobriram as empresas ‘fantasmas’ reabertas pelo grupo. “A investigação avançou quando os investigadores conseguiram identificar diversas empresas de ‘fachada’ que a organização criminosa utilizava para ‘esquentar’ as mercadorias produto de crime. Neste contexto, os criminosos roubavam diversas mercadorias de gêneros alimentícios e emitiam notas fiscais falsas com finalidade de dar aparência de legalidade às cargas subtraídas”, prossegue o delegado.
Estas empresas eram sediadas em São Paulo, Alagoas, Paraíba e no Espírito Santo. Pelo menos 10 companhias foram abertas. “A Receita no DF só consegue rastrear se a mercadoria entrar ou sair do DF. Como eles faziam para outros estados, não conseguia rastrear. Quando contatamos a Receita de São Paulo, vimos que a empresa não existia”, explicou o delegado.
Uma destas empresas de fachada, segundo informações da Secretaria da Receita do Estado de São Paulo, teria emitido um total de 1.198 documentos válidos somente entre janeiro e julho deste ano, sendo o volume total de operações de saída de aproximadamente R$ 61 milhões. Nesse mesmo período, a falsa empresa recebeu um total de 506 documentos válidos, sendo o volume total de operações de entrada de quase R$ 17 milhões.
“Após a Secretaria da Receita do Estado de São Paulo ter elaborado uma notificação e constatado que essa empresa na realidade não existia no endereço fornecido em seu cadastro — conforme investigado pela PCDF”, conclui o coordenador.
As investigações concluíram que tratava-se de uma organização de fachada criada para emissão de notas fiscais frias. Segundo a PCDF, esta em específico teve as atividades suspensas.