Do Metrópoles
Um crime bárbaro, que estava há seis anos sem solução, foi desvendado por investigadores da Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP) da Polícia Civil do Distrito Federal. Raiane Xavier Ferreira de Souza, 23 anos, foi estuprada e teve a garganta cortada pelo acusado, no dia 31 de julho de 2012, em Santa Maria. A vítima era vizinha do autor, que na época havia acabado de completar 18 anos.
De acordo com as investigações, o homicídio, seguido de estupro e roubo, ocorreu durante a madrugada. A vítima estava dormindo quando Paulo Wesley do Amaral, que tinha 18 anos à época, a atacou. Ele conhecia a rotina da casa ao lado e foi ao local do crime no momento em que não havia ninguém mais além de Raiane na residência. Para dificultar a investigação da polícia, o criminoso arrancou a grade que protegia uma janela suspensa na cozinha do imóvel.
Paulo Wesley obrigou a mulher a manter relações sexuais com ele, cortou o pescoço da vítima e ainda fugiu após roubar um celular da jovem. Para não levantar suspeitas, reencaixou a grade da janela, sem dar sinais de que a proteção havia sido retirada.
Técnicas policiais
Quando a investigação chegou à DHPP, os policiais usaram diversas técnicas para tentar identificar e localizar o homem. Uma das pistas principais foi o material genético deixado no corpo da vítima após o estupro. “Conseguimos identificar esse homem e ele foi submetido a um exame de DNA, que comprovou que havia estuprado a vítima”, explicou a delegava Viviane Bonato.
Com a materialidade do crime, os investigadores pediram a prisão temporária do acusado. No entanto, a delegada irá solicitar à Justiça a conversão em preventiva, para que o autor aguarde o julgamento atrás das grades. “O inquérito já foi concluído e será remetido ao Judiciário”, ressaltou Viviane Bonato.
O acusado foi encontrado na casa de amigos em Ceilândia. Ele chegou a ser morador de rua. A família de Paulo se mudou da quadra em Santa Maria dois dias depois do crime, mas nega que o motivo tenha sido a morte da jovem.
Paulo Wesley não responderá por feminicídio, cuja pena máxima é de 30 anos. Isso porque o crime foi cometido antes de a lei entrar em vigor, em 2015. Quando cometeu o homicídio, o rapaz tinha passagem por roubo. Ele seria também usuário de drogas e costumava, segundo a família, furtar objetos para vender ou trocar por entorpecentes. Ele nega todas as acusações.
O rapaz, que trabalhava atualmente como garçom antes de ser preso, vivia com o pai, a madrasta e um irmão – ainda criança – quando o crime ocorreu. Segundo a delegada, ele usou uma faca bem afiada para cortar o pescoço da vítima. Pegou Raiane pelos cabelos e a matou. “Possivelmente quando ela tentava se defender foi golpeada pelo acusado”, assinalou a delegada.