Do Metrópoles

A partir de 1º de janeiro de 2019, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) será dirigida pelo delegado Robson Cândido. Visto como pacificador, o futuro diretor-geral assegura que vai imprimir à corporação uma característica pessoal: o diálogo.

Em entrevista à diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan, Cândido assumiu dois compromissos. Um deles foi dirigido à população, ao dizer que reduzirá a criminalidade por meio da reabertura de todas as delegacias fechadas na gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB).

A outra promessa foi para os colegas de instituição. O delegado assegurou que lutará pela retomada da paridade com a Polícia Federal e criticou a condução do assunto pelo atual governo: “Nos foi tirada [a paridade] de uma forma muito covarde”.

O goiano de 46 anos é natural de Pires do Rio e tem 28 de carreira, sendo oito como agente na cidade natal. Ele chefiará a PCDF após o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB), acatar a decisão da maioria dos delegados, que votou para a formação da lista tríplice da Polícia Civil. Embora não seja uma obrigação, tradicionalmente o chefe do Executivo local escolhe um dos três nomes indicados na relação.

No pleito promovido na quarta-feira (31/10) pelo Sindicato dos Delegados (Sindepo), Robson Cândido obteve o voto de 265 delegados. Ele ficou à frente de Benito Tiezzi (242) e Gilberto Maranhão (170).

Confira os principais trechos da entrevista:

Delegacias fechadas

Queremos fazer uma administração de excelência, resgatando a credibilidade da polícia e com foco efetivo no combate à criminalidade. Nosso projeto é reabrir as delegacias fechadas e fortalecer essas unidades, criando o trabalho voluntário – em que o policial recebe uma gratificação por trabalhar na folga –, possibilitando o retorno dos policiais aposentados em até cinco anos, dando a eles uma gratificação. Hoje, demora-se muito para se fazer concurso e preparar o policial.

Paridade com a Polícia Federal

É um compromisso do governador Ibaneis de nos resgatar, para voltarmos a ser a melhor polícia do Brasil. E isso passa pela nossa paridade, que nos foi tirada de forma muito covarde. Ibaneis se comprometeu e tenho certeza que ele irá enviar uma mensagem ao Congresso Nacional a fim de termos novamente nosso direito.

Estilo de comando

Sou uma pessoa do diálogo e gosto de trabalhar com as portas abertas. Quero ser um diretor que vai ouvir o desabafo do servidor. Quero construir uma polícia pacificadora.

Adoecimento na polícia

Infelizmente, os policiais estão adoecendo. Faltam estímulo e condições de trabalho, e isso passa pela questão salarial. Temos de devolver a autoestima deles. Se o policial não consegue pagar o aluguel, a escola do filho, não apresenta produtividade. Faço um compromisso de dar o sangue dia após dia.

Estrutura

A Polícia Civil já passou por muitos remendos. Quando iniciarmos a gestão, vamos construir uma PCDF com modelo eficiente, combatendo o crime organizado, a corrupção e fortalecendo as delegacias das cidades, sobretudo nas periferias. Em Ceilândia, a população chora por uma polícia mais eficiente. Vamos combater o crime na raiz.

Investigações no governo

Tenho um compromisso de vida e jamais deixaria de apurar qualquer fato. Se tiver de cortar na carne, vou cortar. Jamais faria compromissos fora dos padrões.

Oposição

É a terceira lista tríplice que um governador acolhe. Por questão circunstancial, fui o mais votado desta vez. Meu objetivo é pacificar, criar um espaço para todos e ser proativo, até porque nosso objetivo final é a população. Precisamos eliminar qualquer tipo de vaidade ou grupinhos dentro da polícia.

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