Em um momento de grande apoio popular ao combate à corrupção e de apelos por uma solução para o caos na segurança pública, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal estão se articulando para participar das eleições. O objetivo é chegar à Câmara dos Deputados e lá criar uma espécie de “bancada da Lava Jato”, unindo representantes dessa carreira que ficou ligada a uma atuação positiva após a operação que prendeu corruptos.
A ideia do grupo é conseguir lançar ao menos 27 candidaturas para deputado federal, uma em cada estado. Eles pretendem formar uma frente suprapartidária (com vários partidos, a depender das alianças locais e atuação estadual de cada partido), com foco na defesa de temas ligados à segurança pública.
Como o prazo de filiações partidárias se encerra em 7 de abril, os policiais estão em fase final de negociação com os partidos. O presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF), Flávio Werneck, afirma que a intenção dos pré-candidatos era poder disputar eleições sem partido, mas, como isso não foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as alianças estão em fase final de definição e caberá a cada pré-candidato a definição da legenda pela qual vai concorrer.
Ao final desse processo, a frente dos policiais federais deve divulgar uma carta de intenções, que será entregue também aos deputados e senadores, indicando quais são as plataformas da bancada da Lava Jato.
Na segurança pública, os agentes defendem modernização de procedimentos, ciclo completo de investigação, desburocratização do inquérito e alterações no cumprimento de penas – a chamada execução penal. Os pré-candidatos também devem abraçar pautas corporativas caras aos policiais federais, como ingresso único nas carreiras policiais e valorização dos agentes no trabalho de execução penal.
“Para que se tenha direito a regalias e a vantagens, você tem de ter a contrapartida. Temos uma pauta bem extensa acerca da segurança pública e boas práticas que já foram apresentadas em outros países e funcionaram”, afirmou Werneck, que é um dos pré-candidatos da bancada da Lava Jato e deve disputar pelo Distrito Federal.
Já foi cogitada a candidatura do agente Newton Ishii, o Japonês da Federal. Agora aposentado, ele afirma a interlocutores que não deverá se candidatar. Outro agente famoso, Lucas Valença deve disputar por Goiás. Ele ficou mais conhecido pelo apelido de “hipster da Federal”, ao conduzir o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para perícia, usando um coque no cabelo e barba.
Entre os pré-candidatos, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), é apresentado pelos integrantes da frente dos agentes da PF como um possível candidato à reeleição, e ao menos outros dez já ocupam cargos como vereador ou deputado estadual e tentarão ocupar uma cadeira na Câmara em Brasília.
Além de Eduardo Bolsonaro, os nomes que já circulam entre os agentes, de possíveis candidatos a deputado federal este ano, são: Jorielson Nasciomento (AP); Aluísio Mendes (MA), Farley Meyer (TO); Odécio Carneiro (CE); Jorge Federal (PE); Anderson Muniz (BA); Flávio Moreno (AL); José Santiago (DF); Carlos Henrique Arouc (DF); Claudio Prates (MG); Ed Camata (ES); Sandro Ara[ujo (RJ); Plinio Ricciardi (RJ); Mauro Ricciardi (RJ); Danilo Balas (SP); Marcio Pacheco (PR), Bibiana Orsi (PR); Marco Monteiro (RS); Ubiratan Sanderson (RS); Renee Venâncio (MS); André Salineiro (MS); Lucas Valença (GO); Suender (GO); Rafael Ranalli (MT); João Bosco (RO); e Jamyl Asfury (AC).
Outros nomes ligados à Polícia Federal podem disputar reeleição este ano, embarcando no forte apelo popular da Lava Jato e do combate à corrupção e melhorias na segurança pública. Entre eles estão o deputados Delegado Francischini (SD-PR); Delegato Edson Moreira (PR-MG); Delegado Waldir (PR-GO); e Delegado Éder Mauro (PSD-PA).
Parabéns, aos EPAs da Polícia Federal. A estratégia de avançar no Poder Legislativo deve ser aguerrida não apenas no legislativo federal, também no legislativo distrital, municipal e estadual.
A COBRAPOL deveria através de suas entidades filiadas, fazer o mesmo. 27 candidatos EPAs das Polícias Civis para representar nossos interesses.
A arte da guerra sugere invadir o Poder Legislativo (em todos os níveis) e o Poder Executivo, influenciando nas decisões dos Executivos (federal, estadual, Df e Municipal).
Obs: A PM já utilizada essa estratégia.