A investigação com base no trabalho jornalístico durante o carnaval de rua do DF permitiu à Coordenação de Homicídio (CH) da Polícia Civil desvendar uma dupla tentativa de homicídio. Luan Ferreira Máximo, 19 anos, foi preso preventivamente na noite da última quarta-feira (7), em sua residência em Santa Maria, sob suspeita de ter esfaqueado duas pessoas no bloco dos Raparigueiros, na altura da 210 Sul, em 28 de fevereiro deste ano.
As imagens capturadas pelo fotojornalista Minervino Jr., ex-funcionário do Jornal de Brasília e atualmente no Correio Braziliense, foram utilizadas pela equipe da delegada Viviane Bonati para desvendar o ocorrido. “Um grupo do Varjão praticava roubos no bloco e levou duas correntes de prata de Luan. Um tempo depois, um menor que acompanhava Luan apontou os responsáveis e emprestou uma faca para ele tirar satisfação”, explicou a titular da CH.
Segundo Bonati, Luan atacou primeiramente o soldado do Exército Yocanaan Abreu Meireles Jr., 20 anos. “Só que o militar também tinha acabado de ser roubado pelo grupo e foi confundido como um dos responsáveis”, esclareceu a delegada. Instantes depois de esfaquear Yocanaan, Luan localizou quem realmente levou suas duas correntes de prata e também o atacou.
Jorge de Santana Lima, 22 anos, se defendeu dos golpes e levou 26 pontos na mão direita depois da agressão. Ele estava no bloco junto a dois menores praticando furtos e roubos.
Nas fotos, Luan é visto tentando esfaquear o soldado Yocanaan e o responsável pelo furto, Jorge. Para entender a dinâmica dos acontecimentos, a Polícia Civil passou os últimos quatro meses investigando o caso. À época, Luan foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia por lesão corporal, mas, devido às imagens, o caso foi encaminhado para a CH para aprofundamento.
Agora, o rapaz de 19 anos responderá por dupla tentativa de homicídio qualificado e por corrupção de menores, por ter havido participação do adolescente que emprestou a faca e apontou os ladrões. Luan já tinha passagens pela polícia antes de chegar à maioridade por roubo, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
Se condenado, ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.