Do Correio Braziliense

O anúncio de preços promocionais na vitrine de uma loja de roupas na comercial da 306/307 Sul não mede palavras. “Liquidação por falta de segurança”, avisa o estilista e empresário André Kallagri, proprietário do estabelecimento que leva o nome dele. À esquerda dos dizeres pintados em verde, sobre a entrada, outro aviso: “Por falta de policiamento e segurança, trabalhamos com as portas trancadas”. A intenção do empreendedor, que conta ter sofrido nove assaltos, é esgotar o estoque e se mudar para um local “mais seguro”.

As mensagens resumem bem o sentimento de comerciantes e trabalhadores que lidam diariamente com furtos e assaltos em um endereço nobre, próximo da W3 Sul e também de pontos turísticos importantes, como a Igrejinha, projetada por Oscar Niemeyer. Segundo André, em conversa com alguns militares, ouviu que os carros da corporação estão sem combustível e, por isso, não estariam rodando.
O último furto à loja de Kallagri ocorreu em 12 de abril. Bandidos levaram malas de roupas e equipamentos eletrônicos. O prejuízo é de, pelo menos, R$ 50 mil. “Dois dias antes (do furto), eu pedi socorro a grupo de ex-prefeitos e um coronel da PM disse que a quadra aqui era resguardada”, lamenta o empresário. Um dos assaltantes foi preso, mas a Polícia Civil não recuperou o material levado. O estilista também reclama da presença ostensiva de usuários de crack na região. “Aqui é uma terra de ninguém, com uma população muito grande de moradores de rua e traficantes. Eu já lavei sangue na porta da minha loja. Sem policiamento, vou fechar”, alerta.
A história se repete em outros estabelecimentos. Proprietário de uma loja, Emerson Carvalho conta que sofreu dois arrombamentos, um deles há cerca de dois meses, e um assalto a mão armada. “Somos de uma área conhecida pela presença de usuários de crack e o volume de arrombamento é grande. O policiamento não é suficiente”, critica.

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