A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta terça-feira (15) um dos três homens que fugiram do presídio da Papuda em 21 de fevereiro e que ainda não haviam sido recapturados. Gerson Inácio Ferreira foi encontrado em um bar de Samambaia, após denúncia anônima.

Dos dez detentos que fugiram, sete foram recapturados, dois permanecem foragidos e um morreu durante troca de tiros com a PM, após ser visto em um carro roubado uma semana após a fuga. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, estão soltos Marcos Antônio Moreira dos Santos e Michael da Mata Silva.

A prisão de Ferreira, conhecido pelo apelido de Buda, aconteceu no início da tarde. Agentes da 26ª DP participaram da ação. No presídio, Ferreira cumpria pena na PDF 1 por furto, roubo qualificado, homicídio, tráfico de drogas e corrupção de menor. Ele foi condenado a mais de 47 anos de prisão, tendo cumprido quatro anos da pena.

O complexo da Papuda tem 14,5 mil detentos. Entre os presidiários estão o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o ex-deputado Natan Donadon. No início de fevereiro, outros cinco homens fugiram do Centro de Detenção Provisória.

Fichas extensas
A fuga ocorreu no dia 21 de fevereiro. Segundo o governo do DF, o fato foi confirmado durante a chamada nominal feita pelos agentes, conhecida como “confere”. Nas fichas policiais do grupo constam crimes como homicídios, tráfico de drogas, associação criminosa, receptação e roubo.
Dos dez fugitivos, seis foram recapturados no mesmo dia da fuga. De acordo com a Subsecretaria do Sistema Penitenciário, a maioria deles foi encontrada nos arredores da QI 17 do Lago Sul. Helicópteros foram usados na operação.

A PDF 1, onde eles cumpriam pena, abriga presos de regime fechado e tem cerca de 3,5 mil internos. Além dela, também ficam na Papuda a PDF 2, a Penitenciária Feminina, o Centro de Detenção Provisória e o Centro de Internação e Reeducação.

Mudanças no sistema
A fuga na Papuda desencadeou uma série de mudanças no sistema penitenciário. O secretário de Justiça, João Carlos Souto, e o subsecretário do Sistema Penitenciário, João Carlos Lóssio, foram exonerados. No lugar, assumiram Guilherme Rocha Abreu, ex-chefe de gabinete da Casa Civil, e o ex-diretor adjunto da Polícia Civil, Anderson Espíndola, respectivamente.
No mesmo dia, a Casa Civil anunciou que a Subsecretaria do Sistema Penitenciário deixaria a estrutura da pasta de Justiça e seria incorporada à Secretaria de Segurança Pública. O governador Rodrigo Rollemberg prometeu para o fim do semestre um centro de detenção provisória com capacidade para 400 presos e também ampliar a Penitenciária Feminina em mais 400 vagas.
O governo anunciou também a construção de mais quatro centros de detenção, com capacidade para 3,2 mil presidiários. O prazo de conclusão da obra é de dois anos. O governo não informou o valor estimado da obra.

Fonte: G1 / BRASÍLIA

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