Foram 8 mil itens que eram vendidos em rede de 11 lojas em 6 regiões.
Produtos importados não tinham selo da Anvisa nem dados em português.
A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu 8 mil cosméticos que eram vendidos irregularmente em uma rede com 11 lojas em seis regiões diferentes, nesta terça-feira (19). A mercadoria é avaliada em R$ 400 mil. Um homem foi preso por contrabando e descaminho.
O suspeito foi detido no depósito onde os cosméticos foram encontrados, na 415 Sul. Ele foi identificado como o responsável pela compra dos itens. Segundo a polícia, ele tinha passagens por homicídio culposo, estelionato, ameaça, receptação, resistência policial e direção perigosa, entre outros. Ele chegou a cumprir pena domiciliar.
Após a prisão, os policiais descobriram o envolvimento de familiares do suspeito. “Vamos buscar a mãe e a irmã do suspeito porque elas e outros administradores recebiam os produtos contrabandeados. Como essas pessoas não poderiam saber do esquema?”, afirma a titular da Delegacia de Combate aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (Dcpim), Mônica Ferreira.
Os comerciantes adquiriam os produtos sem pagamento de impostos de importação e as mercadorias não continham a descrição exigida em lei. Segundo Mônica, o governo deixou de arrecadar R$ 120 mil em impostos com o contrabando.
As embalagens não continham o selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os rótulos não traziam informações sobre a composição e recomendação de uso.
“As pessoas não sabem, mas os produtos importados precisam desse selo. Só o fato de não ter a etiqueta já é considerado um crime”, diz Mônica. “isso é uma espécie de corrupção, no meu entendimento. Esse dinheiro poderia ser investido nos serviços públicos.”
“A investigação começou depois de uma denúncia anônima de uma pessoa que suspeitou dos rótulos em inglês”, diz a delegada. A polícia investiga a origem dos produtos. A suspeita é de que a mercadoria era produzida nos Estados Unidos e vinha para o Brasil depois de passar pelo Paraguai.
A rede possui duas lojas em Águas Claras, quatro na Asa Sul, duas na Asa Norte, uma no Sudoeste, uma na Feira dos Importados do SIA e outra no Lago Sul. Há ainda duas unidades em shoppings, na Asa Norte e no Lago Sul. Segundo a polícia, três produtos vendidos nas unidades estavam sem registro.
O homem que foi detido tem 39 anos. Ele permanecia na carceragem na tarde desta quarta. Se for condenado, ele pode pegar de 2 a 5 anos de prisão, por contrabando, e de 2 a 4 anos, por descaminho.
Fonte: G1/ Brasília