Dona de agência de carros alterava dados de clientes para obter autorização.
Grupo foi descoberto depois de usar nome de mulher que havia morrido.
Uma mulher e três homens foram presos em flagrante no Paranoá, no Distrito Federal, suspeitos de integrar grupo especializado em falsificar documentos para conseguir financiamento de carros. A ação aconteceu nesta quarta-feira (18), mas só foi divulgada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (19). A corporação apreendeu quatro carros.
Segundo o delegado-adjunto da 9ª DP, no Lago Norte, Ricardo Viana, a mulher era a líder do grupo e mantinha uma agência de compra e venda de veículos no Paranoá. A investigação começou há cerca de dois meses, quando um banco denunciou a procura por financiamento para um cliente que havia morrido em janeiro.
“A mulher era esposa de um dos homens, que era proprietário de uma drogaria. O outro integrante era o dono de um lava jato que ficava em frente à agência dela e o último era contador na agência. Encontramos no estabelecimento dela 18 contratos fraudulentos, com as assinaturas, quatro veículos e computadores.”
O grupo agia principalmente no Paranoá. Segundo Viana, eles fraudavam comprovantes de rendimento para que os envolvidos conseguissem valores maiores de financiamento. Outros dados do cliente também eram alterados.
“No local existem muitas famílias mais carentes, que muitas vezes não possuem condições de comprar um veículo. Então, eles forjavam um contracheque, com um valor mais alto do que a pessoa realmente recebia, forjavam o local do emprego da pessoa, que era ou na drogaria do esposo ou no lava jato do outro integrante. Quando o banco ligava para checar as informações, eles atendiam e confirmavam. O banco então liberava o dinheiro.”
No caso do financiamento aprovado para uma mulher que usou o nome de alguém que já havia morrido, o veículo chegou a ser entregue. “Ela chegou a retirar o carro, que conseguimos apreender. Foi então que iniciamos a investigação e conseguimos chegar a quadrilha.”
O delegado afirmou que a apuração dos fatos não foi encerrada e que outros carros obtidos de maneira ilegal podem ser recolhidos. “Na ânsia de conseguir comprar um veículos, essas pessoas acabavam sendo coniventes com a quadrilha e participavam de algum modo. Todos os carros que fazem parte de contratos fraudulentos vão ser apreendidos.“
Segundo Viana, dois homens tinham passagens pela polícia, um por furto e outro por porte de arma. Os quatro vão responder por falsificação de documentos e estelionato. Caso sejam condenados, eles podem pegar de 1 a 5 anos de prisão.
Fonte: G1/ Brasília