Número de mandados de prisão em aberto, obtido com exclusividade pelo Metrópoles, é assustador. Mesmo assim, Polícia Civil já fez quase 6 mil prisões entre 1º de janeiro e 20 de outubro deste ano
O Distrito Federal tem 7.731 criminosos à solta nas ruas. Entre os foragidos, estão assassinos, estupradores e ladrões com várias passagens criminais. O volume de mandados de prisão em aberto é assustador e aumenta ainda mais a sensação de insegurança da população que vive na capital da República. A reportagem do Metrópoles teve acesso exclusivo a um levantamento preparado pela Delegacia de Captura Policial Interestadual (DCPI), unidade responsável por alimentar o sistema no qual constam o nome e as ordens de prisão expedidas pela Justiça e que devem ser cumpridas pelas autoridades policiais.
Apenas os mandados de prisão condenatória — quando não cabem mais recursos — somam 3.217. A maioria em aberto envolve criminosos contumazes, que já foram presos anteriormente. Já as ordens de prisão preventiva, importantes para a elucidação de crimes sob investigação, chegam a 1.073. O restante envolve 861 homens procurados pelo não pagamento de pensão alimentícia e 2.580 pendências do ano passado.
Mesmo com efetivo insuficiente, a Polícia Civil já cumpriu, entre 1º de janeiro e 20 de outubro, 5.850 ordens de prisão de natureza criminal e 852 cíveis. A expectativa é de que os números de 2015 superem os 7.619 mandados de natureza criminal e 843 cíveis de todo o ano passado.
Estratégia
Por meio do Departamento de Atividades Especiais (Depate), a DCPI desenvolveu uma nova estratégia para executar o maior número possível de mandados de prisão. “Passamos para o cumprimento sistemático das ordens de prisão. Com isso, capturamos, em média, 14 criminosos por dia”, explica o delegado-adjunto da DCPI, Rafael Ferreira de Souza.
Apenas a DCPI foi responsável, entre 1º de janeiro e 20 de outubro, por finalizar 1.417 mandados de prisão, contra 1.209 no mesmo período do ano passado. As ações, praticamente diárias, fizeram com que delegacias circunscricionais e unidades como a Divisão de Operações Especiais (DOE) aumentassem a produtividade.
O reflexo foi sentido no Complexo Penitenciário da Papuda, que nunca sofreu tanto com a superlotação. De acordo com informações da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), a população carcerária é de 14.567 detentos, sendo que o número total de vagas é de 7.411.
Fonte: Metrópoles