Enquanto militares desejam registrar ocorrências e ter o direito de investigar, PCDF promete responsabilizar criminalmente, por usurpação de função pública, quem exercer a atividade de polícia judiciária
Principal pilar do programa de segurança pública do Distrito Federal, a integração entre as polícias Civil e Militar funciona bem no discurso. Nas ruas, no entanto, os ânimos estão acirrados e a guerra entre as forças é iminente. Enquanto militares desejam registrar ocorrências de menor potencial ofensivo (com penas de até dois anos) e ter o direito de investigar crimes, a direção-geral da Polícia Civil promete responsabilizar criminalmente, por usurpação de função pública, quem exercer a atividade de polícia judiciária. O aviso foi dado por meio de uma “nota de esclarecimento” que circulou internamente na última semana pelas unidades da PCDF.
Na quarta-feira (07/10), o Metrópoles já havia noticiado a queda de braço entre as corporações. A publicação caiu como uma bomba no Departamento de Polícia Especializada (DPE). A reação foi imediata e ocorreu por meio do comunicado, elaborado para informar os agentes e delegados sobre a posição da direção-geral. O recado da Civil foi curto e grosso para os “irmãos” da PM:
O documento termina com uma orientação aos policiais civis. Os agentes deverão comunicar à corregedoria-geral da corporação caso seja identificada qualquer iniciativa externa de registrar boletins de ocorrência ou conduzir alguma investigação.
Em entrevista ao Metrópoles, na quarta-feira (11/10), o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Florisvaldo Ferreira Cesar, adiantou que a expectativa era de que a medida entrasse em vigor ainda este ano.
Neste domingo (11), a reportagem tentou entrar em contato com o comandante da PM e com o diretor-geral da PCDF, delegado Eric Sebba, mas nenhum dos dois retornou a ligação.
Fonte: Portal Metrópoles