Há cerca de um mês sem notícias do paradeiro de Geraldo Amâncio, 79 anos, a família confirmou na noite desta quarta-feira (22/7) que o corpo encontrado dentro do Córrego do Pipiripau, em Planaltina, era do parente. O comerciante saiu da casa onde mora, no dia 22 de junho, sozinho, com provavelmente R$ 50 no bolso e desde então não voltou.

20150722202148832979o
A família decidiu se organizar para ajudar outros idosos: criaram o Movimento Juntos Por Geraldo
Nesta terça-feira (21/7), um pescador ligou informando sobre o corpo, após ver a foto de divulgação usada pela família, por conta do estágio de decomposição em que estava, o Instituto de Medicina Legal (IML) só confirmou hoje a identidade de Geraldo.Segundo uma das netas do comerciante, Karina Amâncio, 27 anos, o córrego fica a aproximadamente 20 km da residência dele. “Ontem (terça-feira) eu fui ao local por volta das 14h reconhecer alguns objetos e o corpo. Reconheci as vestimentas, o sapato e o relógio, mas devido ao estado de decomposição não tinha como ter certeza”, conta.

Após exame do Instituto de Medicina Legal (IML), os parentes receberam a notícia que não queriam: depois de 30 dias desaparecido, Geraldo foi encontrado morto. Como o corpo já estava em estágio avançado de decomposição, não foi possível estabelecer a causa da morte. O sepultamento será amanhã, quinta-feira (23/07), às 15h no cemitério de Planaltina. Geraldo descobriu que tinha Alzheimer há dois anos, após a morte da mulher, companheira de 50 anos.
Apesar do diagnóstico, a família do idoso afirma que ele estava no nível mais leve da doença e nunca se esqueceu do lugar onde morava. Quando o comerciante desapareceu, os familiares do idoso começaram a peregrinar por asilos, abrigos e hospitais atrás de Geraldo. O cenário de abandono e total falta de recursos que descobriram os comoveu.
Paralelamente às buscas, a família decidiu, então, se organizar para ajudar outros idosos: criaram o Movimento Juntos Por Geraldo, uma campanha em prol de moradores de rua e asilos. Como o Correio contou no início deste mês, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública e Paz Social, até abril, 30 pessoas com mais de 50 anos estavam desaparecidas no DF.
Filiação